Infelizmente é essa a realidade que temos assistido na Região, nomeadamente nos grandes centros polarizadores da dinâmica política pública (não menorizando todas as outras): Governo/oposição na Assembleia Legislativa e CMF.
Partilhava eu com alguns amigos do meu partido, o PPD/PSD, isso mesmo: "Não me lembro de existir, de forma generalizada, uma oposição tão má!", exclamava, quase em amargura. "E isso é mau?", questionaram dois deles, em momentos diferentes.
É! É mau! Diria mesmo, péssimo! Pelas razões que acima enunciei e por todas as outras que mantém saudável a dinâmica política, programática.
Estarei eu a ser injusto? Talvez. Mas o que dizer do segundo partido mais representado na ALRAM quando este é comandado do exterior e tem um líder (pelo menos oficialmente) que não consegue disfarçar um profundo desconforto nos contactos populares e que, nas poucas iniciativas político-legislativas que toma, aproxima-se sistematicamente do universo programático do centro-direita, como acusam os seus próprios camaradas socialistas? Enganou-se no partido? Ou foi em missão (e logo para o topo) para o PS? O PCP, com extrema dificuldade em respirar acima da linha de água da decência, após a "rev(O)el(u)ação Russa", caminha para a extinção. Ainda no âmbito da esquerda mantêm-se a inexistência do BE, que jaz enterrado após a captura da sua liderança por um projeto autárquico que falhou, não mostrando sinais de se reimaginar, após o despojo do derrotado projeto lhe ter virado as costas.
Também por isso assiste-se a um constrangedor espetáculo da oposição camarária no Funchal, que parece ainda não se ter apercebido, nem percebido as razões, de que perdeu as eleições há mais de um ano, criticando a atual vereação executiva por erros que são seus, e nada propondo de diferente, e mendigando méritos alheios.
O panorama de quem quer, e deve, ser alternativa, é desta pobreza franciscana, e ainda não chegámos ao momento das escolhas das listas, que afunilarão os lugares tidos como elegíveis após as sondagens que os dois matutinos publicarão nos próximos tempos, mas que não estarão longe dos resultados apurados pelo estudo de opinião que um jornal económico trouxe às bancas durante o verão. Aí, será o salve-se quem puder, e a coisa piorará ainda mais.
Não admira que o JPP, com todas as reconhecidas insuficiências técnicas e políticas aspire a ser o segundo partido mais votado nas eleições do próximo ano.
Depois, os culpados serão novamente a comunicação social... ou mesmo os eleitores, como lamentaram alguns socialistas em eleições passadas. Paupérrimo.