Podemos dizer que a Região de hoje não é a mesma de há 46 anos? Sim, podemos, não é. Ganhámos muita qualidade de vida com a construção de infraestruturas essenciais aos dias de hoje. Desde estradas, escolas, centros de saúde, etc. Mas, isso não foi uma obra exclusiva deste governo laranja, pois tal fenómeno ocorreu um pouco por todo o país. E se constatamos que a Madeira era das regiões mais pobres do país, a verdade é que o Portugal profundo para além da linha costeira era tanto ou mais atrasado que o nosso arquipélago. Portanto, se ocorreu algo de fantástico, não foi apenas na nossa Região, mas em todo o país, graças à nossa democracia e à entrada na União Europeia, o verdadeiro motor do nosso desenvolvimento.
Só que o restante país teve uma preocupação acrescida pelas pessoas, e apesar de ainda sermos pobres numa Europa acelerada, o certo é que convergimos e demos saltos enormes.
Por cá, ao fim de 46 anos de governação do PSD de Jardim e de Albuquerque, somos os mais pobres do País, com 28,9% da nossa população em risco de pobreza ou exclusão social, ou seja, mais de 72.000 madeirenses são pobres, enquanto o valor médio do país é de 22,4%, mais de 6% de diferença! E mesmo após as transferências sociais, continuamos a ter mais de 60.000 madeirenses em situação de pobreza ou exclusão social.
Por cá, ao fim de 46 anos de governação do PSD, temos 21,8% da população com privação material e social, ou seja, quase 55.000 madeirenses, e desses, 22.000 estão numa situação severa de privação material e social.
São muitas pessoas pobres, algumas delas, muito pobres.
Associada a esta pobreza, hoje os madeirenses não conseguem comprar uma habitação digna. A especulação imobiliária fez disparar o preço das casas, tornando impossível uma pessoa da classe média comprar uma casa. Quem está num patamar inferior, então só pode sonhar com uma vaga na habitação social. Da parte do PSD o que é que se ouviu? A preocupação se a República acaba com os vistos gold e se os seus amigos da área da construção ficam com os seus apartamentos de mais de 1 milhão de euros por vender!
E como se não bastasse tamanha incompetência, Miguel Albuquerque ainda afirma que se se seguissem as propostas que o PS-Madeira apresenta para o Orçamento da Região, a "Madeira abria falência". Caro Presidente, quem faliu a Madeira foi precisamente o seu partido, com recurso a dívidas feitas às escondidas dos madeirenses e que levaremos décadas a pagar. Quem faliu os nossos municípios, foi precisamente o PSD que dominava todas as autarquias até 2013.
Mas, mais grave do que falir a Região, do que falir as nossas autarquias, o PSD faliu os madeirenses e os porto-santenses e seria importante que no próximo ano, os eleitores tivessem a clara consciência da situação em que estamos e que finalmente provocassem a mudança tão necessária para uma Madeira Melhor.
Há outros caminhos, caminhos que coloquem as pessoas no centro da decisão. Deixemos de uma vez por todas o betão e os seus empresários gulosos como mandantes das políticas regionais. Há outros caminhos. Caminhos que diversifiquem a nossa economia e aumentem a nossa resistência às convulsões externas, caminhos que apliquem políticas fiscais amigas das famílias, caminhos que olhem para as várias áreas governativas, focadas no melhor para a nossa população, que acrescentem valor e acima de tudo, que acrescentem qualidade de vida efetiva, diminuindo as desigualdades.