Uma das melhores formas de alcançar esse objetivo é através do Onboarding, também conhecido como socialização organizacional. Este é um jargão de gestão criado nos anos 70 e que se refere ao processo de integração pelo qual os novos trabalhadores adquirem os conhecimentos, as competências e os comportamentos necessários para se tornarem membros efetivos da organização, no menor espaço de tempo possível. Mas o recente incremento de trabalho híbrido e/ou remoto veio colocar desafios adicionais a um processo que era já deficitário na maioria das organizações. Num inquérito da Workable, datado de 2020, os responsáveis de Recursos Humanos reportaram o Onboarding e a formação profissional à distância como o seu maior desafio na contratação, durante a pandemia.

Segundo a consultora Gallup, são necessários 12 meses para os novos trabalhadores alcançarem o seu pleno potencial de desempenho, mas apenas 12% dos mesmos sente que a sua organização realizou uma boa integração. Ainda de acordo com a Gallup, as organizações que implementam um programa formal de Onboarding obtêm um acréscimo de 50% em retenção de talento e de 62% em produtividade. Esses trabalhadores são também 3 vezes mais suscetíveis de se sentirem confiantes, preparados e apoiados no desempenho das suas funções. Apesar de muitas organizações subestimarem a duração necessária para que um novo trabalhador seja eficaz no desempenho das suas funções, um Onboarding bem-sucedido não depende apenas da sua duração, mas também das oportunidades para estabelecer novas relações laborais. Neste sentido, existem três procedimentos a implementar na criação de programas de Onboarding que garantem o sucesso das contratações e a retenção dos novos talentos.

1) Estabeleça objetivos e medidas claras - reveja os seus objetivos e certifique-se que incluem os 4C’s (Conformidade; Clarificação; Cultura; Conexão). Depois, decida como pretende medir o sucesso, incluindo sempre uma combinação de métricas quantitativas e qualitativas, o que requer o contributo dos stakeholders da organização. Certifique-se, pois que arranja tempo para se encontrar com os seus líderes antes de avançar;

2) Crie uma equipa multidisciplinar - esta deve ir além do Departamento de Recursos Humanos e incluir outras equipas relevantes, bem como o CEO/Gerente/Administrador. Isso irá aumentar os sentimentos de pertença e compromisso dos recém-chegados, conduzindo a um melhor desempenho e retenção. Quanto mais cedo as chefias puderem introduzir os novos elementos na sua equipa, melhor. Mas certifique-se previamente de que a equipa sabe porque é que o novo trabalhador foi contratado e que funções irá desempenhar. Posteriormente invista na facilitação das relações dentro da equipa, faça uma lista de nomes com notas sobre quem são e assegure que a comunicação flui;

3) Preste apoio durante toda a jornada - reduza o tempo gasto em tarefas administrativas relacionadas com as novas contratações e foque-se no treino de desempenho e na criação de ligações. Idealmente, deverá existir uma plataforma tecnológica integrada com o sistema global de Gestão de Recursos Humanos, que lida com as tarefas-chave.

Como sabiamente disse Sir Richard Brandson, fundador do Grupo Virgin: "Treine as pessoas suficientemente bem para que possam partir. Trate-as suficientemente bem para que não o queiram fazer."