Mas hoje pretendo dar a conhecer um pouco mais do JB nas suas várias áreas.

O Banco de Sementes do JB tem como objetivo a preservação de espécies vegetais indígenas e endémicas do Arquipélagos da Madeira. Recorrendo a técnicas, equipamentos e procedimentos reconhecidos internacionalmente as sementes são conservadas em condições controladas de humidade e temperatura, o que possibilita a manutenção da sua viabilidade por longos períodos. Tem sementes de mais de 300 táxones indígenas e exóticas, e existe o registo de mais de 6 000 entradas, desde que foi criado. Tem trocado sementes ao longo da sua vida com mais de 200 instituições diferentes.

O herbário do JB, com cerca de 27 000 registos, alguns com mais de 100 anos, constitui uma das maiores coleções de herbário do Arquipélagos da Madeira. Esta coleção, de cariz essencialmente científico, serve de base para diversos estudos sobre a flora da Madeira, desenvolvidos a nível nacional e internacional.

O Museu de História Natural do JB inclui um grande acervo de peças da história natural da Madeira. O acervo é constituído por milhares de peças, e inclui fósseis marinhos, rochas, moluscos terrestres, insetos e animais vertebrados embalsamados. Uma parte deste acervo encontra-se em exposição em três salas do JB, sendo acessível aos visitantes.

O Jardim com uma área de aproximadamente 5 hectares possui coleções de plantas únicas. São mais de 2 000 plantas de 170 famílias distintas. Temos mais de 1 700 plantas que dão flor, contribuindo para que este jardim seja único pela beleza, riqueza botânica, e também riqueza arquitetónica com o seu edifício principal a datar do sec. XIX.

Numa terra turística em que o turismo adquire enorme peso, o JB destaca-se pela excelência e pelo número de visitantes. Valores anteriores à pandemia registamos mais de 380 000 visitantes num só ano. Este fenómeno de sucesso de vistas é facilmente percetível pois um dos postais mais característicos e mais vendidos da Madeira é o dos jardins coreografados do JB. Diria que o JB contribui para a promoção do destino Madeira de forma ímpar.

A estas entradas somamos as efetuadas de forma gratuita por escolas, lares, centros de dia, e demais instituições, sendo importante dar a conhecer este local também aos madeirenses.

A pandemia afetou as receitas e entradas de forma nunca vista. Comparando meses homólogos antes e depois da pandemia, passou-se de mais de 25 000 visitantes em 2019 para cerca 2 500 visitantes em 2020. Mas isso não foi motivo para baixar os braços e abrandar na manutenção e nos trabalhos do Jardim. Além de todos os trabalhos periódicos de manutenção iniciou-se durante a pandemia os minuciosos trabalhos de instalação de um sistema de rega em toda a vasta área de jardim, tornando a rega mais eficientes, mais sustentável com a poupanças significativas de água e ainda contribuindo para reduzir a mão de obra necessária. Aspeto positivo foi o fato de durante largos meses o JB estar aberto de forma gratuita para os madeirenses, permitindo assim que todos passassem em época de pandemia a visitar e a conhecer este ex-líbris da Madeira.

O Governo Regional através do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza irá continuar o trabalho de valorização do JB e melhorá-lo em todas as suas áreas. No que se refere à oferta aos visitantes encontra-se em fase de projeto uma nova ala que se chamará “Ala Botânica Tropical” que pretende recuperar uma área de 7 000m2. Ao nível das infraestruturas construídas, a grande inovação será uma estufa de 1000 m2 de implantação e capacidade para albergar árvores de médio porte, onde se pretende recriar um ambiente de floresta tropical húmida, incluindo pequenos lagos e uma cascata.