Nas últimas eleições legislativas nacionais ficamos a saber que a prática até aí seguida de que o partido que ganhasse as eleições formava governo, deixou de ser verdade. Um inédito entendimento com os comunistas e com o radicalismo esquerdista propiciou uma maioria que, sendo certo que não aguentou a legislatura, impediu um crescimento económico efetivo do País e retrocedeu em muitas das medidas que eram necessárias.
Fundamental é assim não só ganhar as eleições colocando o partido socialista em segundo lugar, como possibilitar uma maioria parlamentar não socialista. O apelo ao "voto útil" deixou de ter sentido, sendo muito mais necessário criar condições para que a maioria de deputados seja favorável a um Governo reformista que finalmente faça Portugal sair dos derradeiros lugares no espaço europeu. Essas condições pressupõem três pilares:
- um programa inovador, virado para as pessoas e que gere confiança no nosso futuro coletivo;
- uma equipa renovada, competente e séria;
- uma postura humilde e enérgica.
Nestas circunstâncias julgo essencial haver coligação pré-eleitoral à direita que agregue e motive o eleitorado. A Madeira e os Açores já encetaram esse caminho. É preciso que ele se faça a nível nacional.
Sei que alguns dirão que essa coligação serve mais o CDS que o PSD e que haverá forças políticas à direita que nunca alinharão nesse acordo antes das eleições. Sem querer desfazer os interesses partidários, legítimos e reais, o mais importante é o desafio nacional que está em cima da mesa. Tudo deve ser secundarizado em relação a esse propósito. E os números sempre demonstraram que as coligações pré-eleitorais trazem mais votos que a mera adição dos seus componentes. Veja-se o que se passou nas autárquicas…
Rui Rio pode não ser o ideal. Tenho pessoalmente divergências em relação aos seus valores em questões fundamentais. Não é o um estilo que particularmente me entusiasme. Mas é um homem capaz, sério e consciente das necessidades do País. Acaba de ganhar as eleições internas, demonstrando uma relação próxima com o povo português, ao contrário dos presságios de alguma intelectualidade tão distante do sentir nacional. Está animado, revela vontade e determinação.
O CDS é a consciência da certeza do caminho. O CDS é a válvula de segurança que não fará resvalar para domínios que ofendam os sentimentos profundos desta Nação.
Se outros vierem seriam bem-vindos.
Haja a coragem e a consciência de que é necessário dar azo à oportunidade. Que subamos todos por esse Rio acima.