Hoje, dia 8 de maio, é o Dia Mundial do Cancro no Ovário. Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, este tipo de cancro é "o cancro ginecológico mais letal na mulher na pós-menopausa. É a doença cuja sintomatologia é inespecífica ou mesmo ausente nos estádios iniciais e que apresenta taxas de incidência e mortalidade crescentes." Aliás, a Europa é a região do globo com maior incidência de cancro do ovário e esta tem aumentado nos últimos anos. Em Portugal, são diagnosticados, anualmente, cerca de 600 a 700 casos.
Em 2021, o estudo nacional "O Cancro do Ovário em Portugal: conhecimento e perceções" (SPO, SPGO, MOG, GSK), revelou níveis elevados de desconhecimento sobre este tipo de cancro. De acordo com o estudo: 84,2% da população desconhece os sintomas, mais de 35% não sabe apontar os fatores de risco e cerca de 84% não tem informação sobre a idade média do diagnóstico.
Portanto, este tem de ser um dia de consciencialização, onde se alerta para a importância de ir ao médico e de estar atenta aos sinais do corpo. O cancro do ovário, é um tumor que evolui de forma silenciosa, sendo a sintomatologia, muitas vezes, apenas notória quando a doença está já em fase avançada. Alguns dos sintomas mais comuns são sensação de enfartamento contínua, dor abdominal ou pélvica e necessidade urgente e frequente de urinar, facilmente associados a outros problemas, que as mulheres podem ter tendência a desvalorizar. Por isso, a taxa de sobrevivência do cancro do ovário é a mais baixa de todos os cancros que afetam as mulheres.
A verdade, é que muitas mulheres, descuram a sua saúde ginecológica. Uma em cada quatro mulheres (24%) não faz acompanhamento ginecológico de forma regular e, deste universo, quase metade (44%) diz que é por não sentir necessidade (SPO, SPGO, MOG, GSK).. E, em muitos casos, ainda há vergonha e desconforto de ir a uma consulta de ginecologia.
Apesar de todas nós mulheres termos risco de desenvolver este tipo de cancro, alguns fatores de risco podem contribuir para a sua incidência, nomeadamente, predisposição genética e hereditariedade, as alterações endócrinas e hormonais associadas ao avançar da idade, idade gestacional, o ambiente à nossa volta e claro está, uma vez mais a obesidade (IMC >30), entre outros.
Mulheres, que maio seja tempo de começar a cuidar da nossa primavera, da nossa mais preciosa flor, que é o nosso órgão sexual feminino. Que ela seja prioritária! Que não exista vergonha, nem tabus! A prevenção é a melhor arma para diminuirmos o flagelo crescente deste "assassino silencioso" que é o cancro do ovário. Prevenir, estudar a nossa genética, ter um ambiente saudável à nossa volta, perder peso (em caso de obesidade) e cuidarmos da nossa alimentação são passos prioritários. Aliás, controlar todos esses fatores pode melhorar a taxa de sobrevivência também em mulheres com este tipo de cancro.
Mulheres, vamos pensar em viver tranquilamente a primavera em maio! Vamos cuidar da nossa mulher? Sendo que também o stress é promotor de células cancerígenas, vamos respirar mais, vamos compreender mais, vamos cuidar mais (de nós em primeiro lugar, mas sem orgulho e egoísmo).
É primavera, em maio!
Será que haverá algo melhor do que desfilar com a colheita de milhares de flores?
Vamos sentir mais o aroma das nossas hortas e jardins. E vamos plantar mais! Estamos a precisar!
Em vez de só colher para oferecer e o outro ver, que tal plantar milhares de flores e plantas, para celebrar a festa da primavera!
Estamos em maio! É primavera! É tempo de cuidar e regar as flores nos seus próprios jardins!
Carina Teixeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas