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Artigo de Opinião

26/09/2023 08:00

Hoje, segunda-feira, à hora que escrevo estas linhas, nada se sabe sobre quem será o novo ALF da ALRAM, se o PAN que se disponibilizou logo à primeira hora para dar uma mão a Miguel Albuquerque, provavelmente porque concordam com as políticas ambientais seguidas aqui na região nas últimas décadas, ou, então, pela mão da IL que assim dará o seu aval à continuidade das políticas do "Presidente da Autonomia Socialista da Grande Laranja". Tenho pena que estes partidos se subjuguem às lideranças nacionais e aceitem serem a bengala que o Montenegro veio obrigar Albuquerque a negociar. E dá-se assim por finda a autonomia desses 3 partidos, PSD, PAN e IL.

O PS tinha um programa claro para 4 anos, um programa focado na nossa autonomia, nas questões que afetam e preocupam a população de um modo geral. Não tenho qualquer dúvida que seriam as políticas que a RAM precisava para os próximos anos. Infelizmente os madeirenses não quiseram seguir este caminho preferem com certeza uma pontinha mais comprida em vez de mais habitação, não se importam de continuar a ser os mais pobres do país, também não os preocupa que os seus filhos abandonem precocemente a escola. Em Santana e Porto Moniz estarão com certeza contentes por continuarem a ter os serviços de urgência fechados à noite e, ter de esperar anos por uma cirurgia é algo que é indiferente à grande maioria. O facto de pagarmos muito mais impostos do que os açorianos é irrelevante, assim como a falta de políticas para um sector primário sustentável também não fazem parte das escolhas da maioria.

Os madeirenses e os portossantenses fizeram as suas escolhas e é com essas escolhas que terão de viver os próximos 4 anos, o tempo para as lamentações acabou no passado dia 24.

Espero sinceramente que os próximos 4 anos sejam bem melhores, mas, infelizmente duvido muito que assim seja. O PSD disse por diversas vezes que iria continuar com as mesmas políticas que tem vindo a praticar e com várias opções para constituir uma maioria, irá com certeza pelo caminho de quem se agachar mais à poderosa voz do laranjal.

Hoje temos um PSD diferente, um PSD que a cada dia que passa abandona a bandeira da autonomia, e os sinais começam a ser claros. No início do verão propuseram que o representante da República fosse substituído por um mandatário qualquer da República. Ontem, veio Luís Montenegro fiscalizar os resultados eleitorais de modo a evitar que Albuquerque tentasse qualquer acordo com o Chega e em segundo lugar para obriga-lo a deitar por terra uma das poucas promessas eleitorais que fez nestas 2 últimas semanas de campanha, de que se demitia se não obtivesse a maioria absoluta nas urnas. Não obteve, e como menino obediente à República, o líder do PSD não se demitiu. Mas, isso é algo que já não estranhamos, o cumprimento de promessas é algo que não preocupa minimamente ao PSD. Por isso, e voltando um pouco atrás, lamento as 2 pseudo bengalas, porque se não fossem tão lestos a estender a mão, estaríamos agora a ver se haveria ou não negociações com o Chega.

Do PS, o resultado não foi o esperado, mas continuaremos na luta, de forma responsável, positiva, sem cair na tentação do populismo de muitos que crescem, mas que, bem espremidos, pouco ou nada têm para apresentar.

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