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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

19/11/2023 08:00

Mas, caso tivesse caído, já viram o problema que seria?! Íamos ter de continuar todos a viver da mesma forma. Pelo menos é o que nos tem acontecido depois da queda do Governo da República. Bem, se calhar até melhorou qualquer coisinha depois do estatelo. Ao menos o problema do IUC já foi revisto… E aposto que até março muitos outros lhe seguirão o exemplo como forma de nos fazer olhinhos!

E nós só temos de aproveitar. É que, para todos os efeitos, somos um país que vive o ano todo numa espécie de feira popular. Reparem: a Saúde é grátis, mas não há consultas. Os médicos estão em greve. A Defesa é grátis, mas não há armas. Roubaram-nas. A Educação é grátis, mas fecham-se escolas e não há professores. Os passes são grátis, mas não há comboios. Por cá, se tivermos de viajar numa companhia aérea pública, não há bilhetes em económica. A Cultura é grátis, mas os funcionários dos museus e monumentos fazem greve. As creches são grátis, mas não há vagas.

No fundo, só falta o cheiro a farturas e a música alta… É só mais uma voltinha. O povo não paga, mas também não anda! Estão a ver o filme?

Por falar nisso, também por estes dias, em plena Assembleia Legislativa, Edgar Silva questionava a "aposta no audiovisual" por parte da Secretaria do Turismo e Cultura. Perguntou se não se estaria a criar um "Hollywood dos pequeninos"? O nosso Secretário não se deixou ficar e respondeu logo que o ex padre "tem andado distraído" porque a produção aqui filmada da "Guerra das Estrelas deixou muito dinheiro no nosso espaço". Ora bem: duas coisas! 1) foi ótimo terem vindo cá filmar as nossas paisagens. Diz, quem viu o filme, que se percebe logo que foi gravado aqui. Não, não falo do cenário. Refiro-me sim às estrelas. 2) o dinheiro ficou no espaço? No físico ou no plano espacial? Vai ser melhor pegar num telescópio, não?!

Menos ficcional foi a campanha lançada para combater o desperdício de medicamentos e aumentar a literacia na Saúde na Madeira. O responsável por dar a lição foi o médico Bruno Freitas. Perdão, o licenciado em Administração Pública e Autárquica. Aconselhou a população "a não se automedicar". Incentivou também os utentes a "adquirir genéricos porque são seguros e mais baratos". Só faltou aconselhar a vacina contra a gripe e a covid, 3 vezes por ano, para escoar o stock… Já agora, a situação da Direção Regional de Saúde já se encontra legalizada? Já mudaram os estatutos ou apenas disseram que "Bruna Gouveia, reúne todas as condições necessárias para assumir o cargo para o qual foi nomeada e tem toda a legitimidade para assumir as funções para as quais foi designada"? É que legitimidade e condições são uma coisa. Legalidade é outra.

Eu, por exemplo, posso falar de futebol! Tenho legitimidade para o fazer. Não fui internacional, mas quase. Condições? Poucas, mas tenho. Agora, ser treinador? Não posso. Não é legal. Percebem? Vá. Resolvam lá isso. É que já não é a primeira vez… E depois toda a gente se acha na tal "legitimidade" de pôr em causa qualquer coisa que se trate de saúde. Ainda um dia destes almoçava com o meu pai e o telemóvel dele tocou 4 vezes de forma ininterrupta. Julgando ser alguma tragédia, pousou os talheres e atendeu. Não podendo evitar ouvir a conversa, percebi que se tratava de uma dúvida. Um menino que estava na creche e a educadora tinha ligado à mãe a perguntar quantas gotas eram mesmo para dar porque as que tinham sido indicadas "eram demais". Porventura confiando mais na senhora do que no médico, a progenitora ligou 5 vezes para confirmar se eram mesmo 50 gotas. E não é que eram?! Desta vez, por acaso, o médico acertou… Mas, pelo sim pelo não, outro dia é melhor consultarem-se com essa Dra. Isto enquanto não for nomeada Diretora Regional de Saúde. Potencial não lhe falta, obviamente.

Ps, sabem quem começou a mudar de sexo? A neta do Carlos Cus. Ai, Cruz, desculpem. Mas não é caso único. Nos últimos cinco anos, 118 menores dos 16 aos 17 anos em Portugal pediram a mudança de nome e género no cartão de cidadão. O próximo devo ser eu. Maminhas? Já tenho. Minhoca? Oh. O que é que isso interessa? Este ano até a castanha tem e não é por isso que não há quem não queira comer…

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