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Artigo de Opinião

Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira

25/05/2021 08:01

Não há nada mais belo do que a diversidade humana. Cada ser humano é único e digno, independentemente, da religião, ascendência, orientação sexual, território de origem, raça, cor, língua, sexo, convicções políticas ou ideológicas, deficiência, costumes, instrução, situação económica ou condição social. Todas estas características enaltecem a nossa singularidade enquanto pessoas.

Temos todos o mesmo valor e deveríamos estar preocupados em proliferar princípios louváveis e valores que respeitam os direitos humanos, a diversidade humana e que promovam a paz. Compete-nos a nós criar uma sociedade mais justa, empática, consciente, livre de individualismos, preconceitos, desigualdades, ambições desmedidas e discriminação. O ser humano está em constante evolução, não podemos permitir um retrocesso civilizacional. Nós somos os únicos responsáveis por garantir um presente digno para todos e um futuro próspero para os nossos descendentes.

O teu desespero é o nosso. As tuas lágrimas são as nossas. Como podemos falhar tanto como humanidade? Nós temos o dever de defender os mais vulneráveis, de sentir gratidão pela dádiva da vida e de orgulharmo-nos da nossa riqueza humana.

O povo de Israel e da Palestina passam por dias de terror. Não nos compete analisar os motivos deste conflito. Compete-nos refletir sobre a tragédia que as crianças estão a viver. Dezenas de crianças perderam as suas vidas em consequência de ataques desumanos. As crianças são a população mais fraca, inocente e vulnerável. A maioria das crianças que habitam estes verdadeiros campos de batalha vivem com medo de morrer, passam noites em claro com receio das suas casas serem atacadas e de perderem os seus familiares. Ninguém merece crescer em condições sanguinárias, rodeadas de ódio e de pânico. A infância deve ser protegida. As crianças têm o direito de crescer num ambiente de compreensão, felicidade e amor, junto das suas famílias e numa sociedade com espírito de tolerância, liberdade, paz, dignidade, igualdade e solidariedade, onde possam livre e harmoniosamente desenvolver a sua personalidade.

Todos os Estados têm o dever de salvaguardar o princípio do superior interesse da criança, garantindo o seu bem-estar social, espiritual, físico e moral, respeitando os seus direitos fundamentais, protegendo contra qualquer tipo de abuso e maus-tratos e estimulando a oferta de atividades culturais, artísticas, recreativas e de lazer. Às crianças devem ser garantidos o direito ao nome, à nacionalidade, à identidade, ao crescimento junto da sua família, à liberdade, à informação, à educação, à instrução, à segurança, à saúde, à assistência no que diz respeito à nutrição, ao vestuário e à habitação, entre outros.

Nadine, acredito que um dia irás concretizar o teu sonho de te tornares médica e de cuidares do teu povo. Tenho fé que antes dessa altura, o Mundo já deverá ter compreendido a importância de criar pontes, em vez de muros; de lançar amor, respeito e paz, em vez de mísseis.

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