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Artigo de Opinião

25/10/2021 08:00

Hoje o PS tem mais eleitos, houve concelhos onde a subida foi vertiginosa, como foi o caso da Ribeira Brava, que em 2017 não foi além de 1 eleito e a 26 de setembro deste ano passou para 15 autarcas. Conseguimos também apresentar candidaturas a todas as Câmaras Municipais, Assembleias Municipais e de Freguesia. Mais de mil candidatos que deram a cara pelo PS. Um esforço enorme de Paulo Cafôfo, mas que valeu a pena. É certo que algumas das candidaturas tiveram poucos votos, mas criaram-se equipas locais, que a partir desta base, certamente num futuro próximo terão muito potencial de crescimento. Por vezes, o resultado imediato não é o mais importante, mas sim a semente que se deixa para o futuro.

Ao perderemos o Funchal e 4 das suas Freguesias, e ainda o Seixal, sentimos o peso da derrota, pois o objetivo de mantermos o mesmo número de autarquias não foi concretizado. Perdemos por diversas razões. Algumas por culpa própria, outras por mérito dos vencedores, que ao seu estilo (que não é claramente o nosso), fizeram uma campanha forte, para ganhar.

Os nossos adversários organizaram-se, reuniram as suas tropas e depois foi o forrobodó das promessas a pataco, dos cabazes e passeios das Casas do Povo, as cirurgias antecipadas por quem tutela essa área, a distribuição de eletrodomésticos, e até com padres envolvidos no apelo ao voto, lá bem do alto do altar. Há várias perguntas que ficam no ar, para as quais nunca teremos respostas, pagaram a eleitores para votar em troca de uma fotografia do boletim de voto? Movimentaram eleitores para as freguesias que eram as suas apostas? Analisando a evolução do número de eleitores ao longo dos últimos atos eleitorais, fico com a pulga atrás da orelha. E finalmente as "one million dollars question" quanto custou esta campanha e quem a pagou? Se por um lado sabemos quem financia as Casas do Povo e as Associações que distribuem benesses em época eleitoral, muitas outras despesas (que não são propriamente trocos), levam com um grande ponto de interrogação, ou não, atendendo aos empreiteiros do regime presentes na tomada de posse.

Por outro lado, assumimos a culpa por não conseguirmos travar a escalada que estava a acontecer, com uma coligação de direita que somou e que deixa claramente o PSD nas mãos de um CDS cada vez mais bengala (num simples exercício aritmético, sem coligação, pouco ou nada teria mudado nestas eleições). Assumimos a culpa por querermos fazer uma campanha limpa, sem jogos sujos por trás, sem eletrodomésticos, sem cabazes, sem passeios à borla. Assumimos a culpa de não querer prometer este mundo e o outro, numa lógica racional de que o que prometemos temos de cumprir. Assumimos a culpa de não nos vergarmos ao poder económico e interesses instalados, atuamos de forma consciente e livre para todos e não para alguns. E por fim, é necessário refletir sobre o trabalho desenvolvido ao longo dos mandatos, nunca esquecendo da memória curta de muitas pessoas, pois o que hoje dão por adquirido, antes não existia e o seu futuro é incerto.

Os resultados de 2021, em número absoluto de votos e de mandatos, no global da região, mostram um crescimento do PS, comparativamente com 2017, ou seja, partimos com uma base maior que há 4 anos. A diminuição do número de autarquias lideradas pelo PS é claramente um retrocesso, mas continuamos na luta, continuamos a ser o partido de alternativa de poder. Saibamos unir, para então crescer, 2023 e 2025 são já daqui a dias.

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