Passam-se tempos estranhos, desconfortáveis e de incerteza nas hostes políticas da nossa terra.
Pelo que tenho constatado as Saras, na política, tendem a ser incómodas, ou tornar-se incómodas. Estejam descansados comigo. Eu sou advogada e, garanto-vos, já me dá água pelos pelinhos que me vão nascendo no queixo fruto das alterações hormonais da idade. Não pretendo, jamais, fazer da política profissão, aliás, prometi-o ao meu pai e pretendo cumprir: pacta sunt servanda.
Mas, o meu bichinho político, ao contrário da minha cadela Bruma que nos deixou inesperadamente, está aqui dentro, bem vivo, de vez em quando espreguiça-se, boceja, esperneia, quer sair. Está doidinho com o que se passa no meu partido, um partido fundado da democracia que renascerá das cinzas como a fénix. E eu lá estarei para ele, naquilo que puder oferecer, desde a liderança à campanha às eleições menos participadas, para ele, o meu partido.
Quando perguntam porque sou CDS, numa família de origens laranjas, pois eu digo que “desde pequenina”, com seis anos as folhinhas agora proibidas ou politicamente incorretas que se atiravam pelas janelas eram usadas como se fossem notas de dinheiro quando brincávamos “às mães”. Pois a de Diogo Freitas do Amaral, aqui candidato e não Doutor, daí prescindir do título, não por desrespeito, mas por saber que cada pessoa tem várias caixinhas no seu espírito e a da política não se interessa com títulos, embora a formação académica ajude, naturalmente, desde que não de vão de escada como pululam algumas por aí. As de Diogo Freitas do Amaral eram as de cinco contos, as mais valiosas à altura.
Nunca fui PSD, muito menos outro partido qualquer mais virado à esquerda, sou de direita com orgulho, direita como a defino: moderada, séria, transparente, cordial e sobretudo humanista. Aceito o amor, em todas as formas, aceito atos de bondade a quem sofre, não aceito o deleite com a dor humana ou animal, como espetáculo.
O CDS está se redefinir e ressurgirá, mais brevemente que tarde, num partido vigoroso, cheio de esperança e vontade de trabalhar, por ele e não por cada um dele.
Sem ameaças, sem ofensas, sem injúrias, mas certamente, com necessidade de limpeza, daquelas que se fazem por altura do Espírito-Santo, que se higieniza, até dentro da gaveta.
Venha o que vier, eu estarei aqui.