É interessante verificar sobre aquilo que é legalmente atributo da democracia. A lei constitucional consagra vários direitos aos cidadãos e vários deveres ao estado que, cumprindo o consignado na constituição, passará a ser designado como um estado de direito e democrático. Em boa verdade a maioria dos portugueses nem conhece o que está definido na Constituição da República e o dito estado democrático é o primeiro a violar a lei constitucional a não dar corpo ao que na lei está consignado – as condições sociais, económicas e culturais que retratam o povo português e os esforços ou alheamentos que os governantes têm aplicado na execução dos pressupostos fundamentais para alterar o estado deficitário da democracia são por demais evidentes, começando pela justiça que parece ter sido feita para ilibar os ricos e poderosos entre eles e os políticos.
Verificam-se graves atropelos às leis operadas por políticos a diversos níveis, sendo vários os autarcas que são notícia por actos de corrupção, até ao pequeno nível de distribuição das vacinas se verificaram actos de abuso e corrupção. Vários autarcas têm sido notícia por participação em esquemas fraudulentos e corruptos, na Assembleia da República vários deputados enganam o estado, indicando moradas e residências longe de Lisboa para beneficiarem de um ordenado suplementar de forma ardilosa, ultimamente surgem empréstimos suspeitos a dirigentes partidários e detentores de lugares políticos e culminámos com um ex-Primeiro Ministro que criou uma terrível engenharia de amizades para fazer uso dos dinheiros que em nome de outros serviam os seus interesses e proveitos.
Como é que se vive assim em Democracia? – os péssimos exemplos que estes indivíduos nos vão dando corroem a Democracia e, digo eu, incentivam ao grande e pequeno crime.
Há que ser muito responsável e ter uma forte estrutura moral para que vivamos e construamos uma democracia autêntica. Para isso é necessário repor os valores que gradualmente se têm, intencionalmente, vindo a degradar.