Quantos dias adormecemos com medo do que vamos encontrar ao acordar? Com medo de nem acordar? E quantas vezes pensamos que o melhor mesmo seria não acordar?
Viver nesta constância pode desembocar em distúrbios mentais, como a depressão, ou a mera tristeza.
Viver na ânsia de agradar a todos é um rochedo demasiado pesado para carregar às costas, tão pesado que nos tolhe os movimentos.
Quem assim vive tende a desvalorizar elogios, reconhecimentos e até solidariedade, tudo soa a falso, porque a ânsia de parecer perfeito é interminável e renovada como o fígado de Prometheu, nunca acaba, renasce, é debicada, renasce. surja uma calunia, uma falsidade, uma só, um insucesso E afundar-te-á no abismo da injustiça, frustração e pavor.
E persegue-te a luta pela verdade, pela reposição da justiça e não vês mais nada à frente.
Mas, pára um pouco e olha à tua volta. Verás que a vida é bela, com amigos, colegas, familiares que te amam e desejam o melhor para ti e que estão lá para ti.
Quando seguires pelo caminho da tua vida e tudo parecer negro, não te esqueças, a vida é demasiado preciosa para ser desejado o seu fim, porque nos olhos dos nossos pais, filhos, companheiros, irmãos, cães, vemos se nos permitirmos olhar, o amor que têm por nós.
Lutar pelos nossos princípios, valores e dignidade, contra os nossos próprios demónios e inseguranças é uma tarefa hercúlea, por vezes no raiar do insuportável, mas há sempre uma luz. Um sinal, um arco-íris, a espuma do Mar, ou os estrangeiros que vão de descapotável aberto rumo à chuva que, ainda, não sabem cair ali pela zona dos Socorridos e sorris.
Estar triste não é vergonha, estar deprimido não é fraqueza, sentir-se inexistente não é assim tão invulgar.
Não estamos sós.
Depressão, tristeza, solidão auto imposta não é fraqueza, é overdose de resistência. Saibamos pedir ajuda se acharmos que é preciso. É essencial. Porque tudo passa! A vida passa...