MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

16/10/2022 08:00

Como se compreende que ande a "patrocinar", não se sabe bem como, um voo direto entre Funchal - Caracas (que todos consideramos urgente, obrigatório), através de uma companhia charter, mas que ninguém sabe quando terá "combustível" para levantar, quando a TAP é pública? E quando se poderia e deveria aproveitar a ligação Lisboa-caracas para fazer uma escala na Madeira? Porque não usa a sua pertença ao presente governo da república, que até manda a TAP anular contratos de renting com ónus associado, para realizar esse desígnio? Nesse sentido é um péssimo sinal o cancelamento da viagem da CEO da empresa aérea, Christine Ourmières-Widener àquele país sul-americano. Realmente, mesmo que a CEO não venha ter com a comunidade, e que a voz de Cafôfo seja de influência nula no seio do governo de que faz parte, gritaremos tão alto quanto necessário até sermos ouvidos, como sugeriu Miguel Albuquerque. Mas, e o que dizer de todo o processo de recompra, elogiado por Cafôfo, Costa e Nuno Santos?

Assim, segundo o relatório do tribunal de contas de 2018 o processo de reprivatização e recompra da TAP não enfermou de irregularidades, mas nem por isso foi o mais benéfico para a empresa, pois as "sucessivas alterações contratuais" agravaram as "responsabilidades do Estado" e aumentaram a "exposição às contingências adversas da empresa". A ideia peregrina foi tão boa que o Estado, mesmo voltando a ter o controlo estratégico (50% e não os 51% prometidos pelos socialistas) perdeu direitos económicos (passando para uns miseráveis 5%) ao mesmo tempo que aumentava a sua exposição na capitalização e no financiamento da empresa. Sem eufemismos, um desastre, como bem exemplificam os €3,2 mil milhões correspondentes a variados tipos de injeção que o Estado se obrigou até ao presente ano de 2022.

Resultado depois deste gasto equivalente a 10(dez!) Hospitais do Funchal (que Costa continua a não financiar a 50%, como é aferível na proposta de Orçamento de Estado)? €3,2 mil milhões depois a companhia continua a não ser viável, e afinal não é assim tão importante tê-lo na esfera do Estado. Adeus Caravelas, au revoir comunidades, goodbye turismo, e "já fostes" continuidade territorial.

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