Polémica com a “lei eleitoral” à parte, já se começa a ganhar balanço para nova ida às urnas. Se há quem, após as eleições, coloque os óculos escuros e pareça não ver ninguém, agora até põe os de vista para não lhe escapar ninguém. Cumprimentam, inclusive, de sorriso no rosto. O ar de enfado fica, para já, como o estudo sobre a pobreza na Madeira... Na gaveta!
O que também era para ficar guardado, mas acabou por ser posto cá fora foi uma sondagem ao panorama político da madeira, feita pela Pitagórica, alegadamente encomendado pela estrutura central do PSD. E se é verdade que ninguém soube da encomenda, poucos se livraram dos resultados. Estes, diziam o seguinte: “maioria dos madeirenses rejeita as atuais lideranças quer do PSD Madeira quer do PS Madeira”. Ok. E novidades?! “Maioria acredita que o PSD-M voltará a vencer”, sim eu pedi novidades mesmo. “Mas com Manuel António Correia a liderar, a maioria absoluta seria certa”. Certamente. Até porque aí já não eram necessárias assinaturas. Era só fazer uma cruz no quadradinho da setinha.
Porém desengane-se quem julgue que o inquérito se resumiu apenas a estes dois políticos. “Até Rubina Leal conseguiria melhor resultado que o actual presidente”. Ui. Por esta é que eu não esperava. Tanto que dei por mim a pensar como terão sido colocadas as questões... Não os consigo imaginar a perguntar: prefere ser governada por um arguido, ver a obra do hospital novo parada, as urgências do Dr Nélio Mendonça lotadas, a economia a abrandar, a comida a faltar e um parente desfalecer ou votar na Vice-Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira? É que se for assim, não me perguntaram, mas também voto na senhora.
Não me levem a mal, mas é que eu começo a perder a esperança. Acho mesmo que vamos a votos e vamos voltar ao mesmo. No fundo, isto de deitar governos abaixo é só uma manobra de caca. É o mesmo que enxotar as moscas num espaço fechado. Elas, de facto, afastam-se da porcaria... Mas voltam. E voltam. E voltam! Palavra de honra. Prova disso é a lista que o JM publicou dos prováveis “novos deputados”. Aquilo é tudo carinhas novas. Ou é gente que já lá estava. Ou gente que já lá esteve. Podem dizer-me que é difícil atrair gente. E eu aceito. Quem é que quer ir ganhar menos (se for competente e estiver empregado cá fora) e ainda ver a sua vida escrutinada? Ninguém. Bola. Zero. E é por isso que eu pensei numa alternativa que pode fazer sentido... Se cada vez temos mais imigrantes, porque não incluí-los nas listas?
Pelo menos uma vez por semana peço comida para casa. Antes vinha o António ou o Paulo. Uma ou outra vez o Rondon. Hoje em dia, só vem o Sharveet, o Sunil, o Rashid e o Ahmad. Regra geral não dão com a porta. Quem tem que ir à procura deles sou eu. Ok, mas quem come também sou eu. Logo, não há que reclamar...
Sim, porque reclamar raramente dá resultado. Que o diga o Provedor do Animal. Então não é que foi reclamar que, “ainda que a Secretaria Regional da Agricultura processe vencimentos, forneça o material necessário e local de trabalho e garanta transporte sempre que necessário, o orçamento nunca foi uma realidade”? Foi pois. E o pior é que o mandato termina em julho de 2026 e cheira-me que até lá vai ser mesmo “só isso tudo” e mais nada. Pelo menos foi o que percebi da resposta da Secretaria que defende que este facto “não deve comprometer o desempenho daquele órgão”. Assim. Limpinho! Como quem diz, faz mais e fala menos... Porém não deixa de ser curiosa a diferença de peso e medida. Quando o orçamento não foi aprovado e o governo caiu, ai ai aqui-d’el-rei que o mundo vai parar. Mas neste caso, não ter orçamento já não é impeditivo de coisa alguma... Pois é. Pimenta no orifício anal dos outros para si é refresco, não é? Já não me lembrava.