A Comissão Especializada Permanente da Inclusão Social e Juventude ouviu, esta tarde, Tony Saramago, o administrador cessante do Lar Bela Vista, com a finalidade de esclarecer questões relacionadas com a “Audição Parlamentar à Senhora Secretária de Inclusão e Juventude, Dr.ª Ana Sousa e à Direção do Estabelecimento Bela Vista”, requerida pelo Partido Socialista.
A instituição acolhe 177 utentes, sendo que apenas 40 são autónomos, um grau de dependência que acarreta mais despesas, e por isso um dos desafios do antigo administrador aos deputados foi o de que pensassem (todos os partidos) em novos regulamentos e novas leis adequados à realidade dos lares, “de modo a dar resposta à longevidade e à necessidade de mais cuidados continuados”.
Questionado sobre o contrato celebrado, Tony Saramago afirmou que se trata de “um contrato de gestão que nos foi imposto” e com um horário das IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) de 37,5 horas. “Quando herdamos a instituição estavam 32 funcionários de baixa”, salientou vincado que na “transição não houve falta de pessoal” e que o “serviço prestado é de grande qualidade”. Ainda assim, reiterou que “apesar de cumprirem a lei e o mapa de pessoal estar em conformidade, os rácios e a estrutura não são adequados às necessidades de hoje em dia. Hoje é preciso nutricionista, psicólogos para utentes e funcionários, ginásio e fisioterapia e nada disso a lei prevê. É necessário um decreto lei à portaria adequado e ajustado”, sugeriu o administrador cessante do lar da Bela Vista.
Para dar resposta ao estado avançado de degradação do edifício, na forja está uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de 17 milhões de euros, no entanto, Tony Saramago garantiu perante os deputados haver um “plano B” caso a candidatura falhe. “Não foram feitas obras por falta de dinheiro. A atualização da “diária” prevista para janeiro deste ano ainda não foi feita, mas não foi no último ano que o edifício ficou assim”, apontou.
Tony Saramago afirmou que a atual gestão “é melhor do que anterior”, que tinha sido realizada pelo Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM). “Temos um modelo de gestão mais organizado e personalizado não só por nós, mas também pelos utentes. Temos a medicação devidamente organizada com o nome e identificação dos utentes. Garantimos uma Gestão eficiente, com a ficha do utente completa e está lá tudo declarado. Serviços que não estavam incluídos na gestão anterior, e que temos agora na nossa”, rematou.