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Albuquerque defende Calado, insiste no “quadro governativo estável” e faz rol de reivindicações a Lisboa

Alberto Pita

Jornalista

Data de publicação
21 Abril 2024
18:50

Miguel Albuquerque começou o seu discurso de encerramento do congresso do PSD Madeira com uma referência direta a Pedro Calado, antigo número 2 do governo e ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal.

”Um abraço de solidariedade ao Pedro Calado”, disse, garantindo que o ex-autarca mantém a sua “absoluta integridade” e é de “grande competência”.

”Pedro Calado é um homem que não foi condenado e tem toda a sua integridade, direitos e garantias salvaguardados e, por isso, merece a nossa amizade”, assumiu,

Depois, destacou que o PSD Madeira é “há 48 anos” um factor de “resiliência” no País, e, de seguida, partiu para a lei do mar, para criticar que as ilhas não sejam chamadas para a gestão partilhada desses recursos.

Na presença da direção nacional do PSD e de representantes dos partidos políticos da oposição, voltou a defender a existência de um sistema fiscal próprio para a Madeira, para tornar a região mais competitiva fiscalmente. Nesse sentido, quer que o IRC desça para 10%, de maneira a competir com a Irlanda.

Depois, considerou que o estatuto político-administrativo está hoje “ultrapassado” e que precisa de ganhar valor reforçado, e insistiu na revisão da lei de finanças regionais, “porque não estamos para pagar a nossa própria insularidade. “Chegamos a pagar os custos de soberania”, enquanto as verbas transferidas para as regiões autónomas “são cada vez menores”.

Alertou que os subsistemas de saúde de funcionários do Estado já têm uma dívida acumulada de 50 milhões de euros ao SESARAM, e por isso “é fundamental” o Estado intervir nesta área. “Não é justo” que sejam os contribuintes madeirenses a sustentarem uma situação destas, complementou.

Outra situação para resolver: “O desleixo absoluto dos serviços da República na Madeira”. Aqui, deu os exemplos das esquadras das forças de segurança, das forças militares estarem sem meios ou com equipamentos da “idade da pedra”, dos notários estarem sem computadores, o concurso da ligação aérea Madeira Porto Santo estar num emaranhado. “Não há maneira de resolver o raio do concurso. Estamos há mais dois anos nisto”, protestou, antes de citar também os aparelhos para o controlo dos ventos no aeroporto da Madeira.

Também criticou que o passe 23 dos universitários não seja suportado pelo Estado e que as famílias madeirenses continuem a adiantar o valor do reembolso nas viagens aéreas. Apontou também para os custos com o helicóptero que não são financiados pelo Estado e a promessa do ferry que nunca chega.

Criticando os “experts de coisa nenhuma”, Miguel Albuquerque pediu às pessoas para não se deixarem influenciar e consigam separar o essencial do acessório.

Por outro lado, destacou os resultados da economia, voltou a apontar que o PIB de 2024 poderá chegar aos sete mil milhões de euros, falou dos projetos tecnológicos e do crescimento do CINM, que era “pouco esperado”.

“A maior e melhor empresa de inteligência artificial do País está sediada na Madeira”, disse, destacando que são este género de investimentos que pagam melhores salários.

Neste sentido, disse que será criado um “quadro de apoio” específico para atrair empresas deste setor para Madeira, aproveitando a população “qualificada” que hoje a Madeira oferece.

Prometeu continuar o desagravamento fiscal. Desde 2016 “já devolvemos 560 milhões de euros” às famílias.

Em matéria de investimentos públicos, disse que as obras estão no terreno em áreas “fundamentais para a qualidade de vida dos cidadão”.

Referência ao novo hospital de Santa Rita, que terá tecnologia de ponta e irá oferecer uma resposta de excelência aos seus utentes.

Sobre o Porto Santo, disse que o complexo do campo de golfe será ampliado e lembrou que está em curso uma nova unidade de saúde na ilha.

Para compensar o aumento do custo da habitação, lembrou que estão a ser construídas 600 novas habitações, ao abrigo do PRR, e prometeu apoiar empresas que façam habitações para a classe média, nomeadamente, as cooperativas.

Prometeu mais camas nos lares e cuidados continuados e um reforço do complemento para os idosos.

Focando-se, agora, nas eleições de 26 de maio, afirmou que o grande desafio é ganhar as eleições, mas também garantir um quadro governativo estável.

E reforçou: “Vamos para estas eleições sem estarmos condicionados por linhas nenhumas. Quem manda é o povo”, disse, considerando que as soluções não dependem de “dois ou três militantes”, mas da vontade do povo expressa em eleições.

“É preciso discernir aquilo que é essencial para as pessoas”, continuou, dizendo que “não podemos fazer uma política de ziguezague”, mas ter ideias claras que vão ao encontro das preocupações de fundo das pessoas.

Disse ainda que é preciso refrear o “populismo de taberna”. “Este discurso antissistema leva a que a democracia fique mais indefesa”, avisou.

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