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Bernardo Trindade defende que taxa turística deve ser regional “por uma questão de equidade”

Marco Milho

Jornalista

Data de publicação
23 Fevereiro 2024
14:57

Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), manifestou-se contra a criação de uma taxa turística na Madeira, durante o encerramento do 34.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, esta sexta-feira, no Funchal. Ainda assim, caso venha a ser aplicada, insistiu que esta deve ser de âmbito regional.

Na sua intervenção na sessão de encerramento do evento que decorreu desde quarta-feira no Centro de Congressos da Madeira, o antigo secretário de Estado do Turismo disse querer estar “ao lado da ACIF no debate sobre a taxa turística”.

“Somos contra uma taxa turística”, afirmou, admitindo porém que, “se a decisão soberana” de criar esta taxa se vier a confirmar, a AHP defende uma taxa de âmbito regional, “por uma questão de equidade”.

Bernardo Trindade argumentou que não seria justo “concentrar os recursos tão somente em quem tem dois terços das dormidas”, fazendo alusão ao Funchal, que regista 66% do total das dormidas. “Porque numa estada média de mais de cinco dias, não é possível obrigar o turista a ficar cinco dias no mesmo concelho. É preciso tratar do restante território, e é com o restante território tratado que vamos afirmar a Madeira como todos queremos.”

Em jeito de balanço, o presidente da AHP falou num congresso “muito bom”, apesar das “resistências” que se colocam por se tratar de “uma saída da zona de conforto, para vir a uma região descontínua, onde é preciso chegar de avião”.

“O argumento era simples: foram 32 anos sem cá vir e tínhamos de voltar, para dar tributo aos madeirenses, a quem fez esta história”, realçou, agradecendo também o apoio do Governo Regional e da Câmara Municipal do Funchal.

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“Oportunidade de informação, de debate, e acima de tudo de formação”

Logo de seguida, o secretário regional do Turismo e Cultura saudou a AHP por “ao fim de 32 anos voltar ao destino turístico mais antigo de Portugal” para a realização do Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, considerando ter-se tratado de “uma oportunidade de informação, de debate, e acima de tudo de formação”.

“Com temas da maior importância, incluindo os desafios para o setor, as necessidades como a mão de obra, as incertezas que existem devido a conjunturas económicas ou porque alguns dos motores da economia internacional ainda estão por afinar, a dependência em relação às grandes tendências e a influência dos conflitos geopolíticos. Tudo isso tem uma grande influência num setor como este”, sublinhou.

Eduardo Jesus realçou também as “abordagens positivas” aos assuntos tratados, elogiando a atitude que permitiu encontrar e discutir “ideias impulsionadoras”.

“Claro que temos problemas, claro que vivemos com ameaças, com incertezas. Mas é a atitude de cada um de nós que conta. É a forma como nos confrontamos com essa realidade que vai produzir resultados e a verdade é que as mensagens foram positivas, visando soluções, com ideias impulsionadoras que foram aqui deixadas, procurando equilíbrios”, disse.

O governante destacou ainda “a vontade de investir” que considerou ter ficado manifestada ao longo do evento.

“Querer investir é o melhor sinal que um setor pode ter. É sinal de que alguém acredita, alguém está disponível, alguém se entrega a esta causa e essa mensagem ficou aqui presente em vários momentos. Esse é o otimismo de que precisamos quando gerimos um setor”, afirmou.

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