Miguel Castro, presidente do Chega-Madeira e líder da bancada parlamentar do partido, considera que o parlamentoo regional continua a demonstrar um preocupante défice de democracia, “muito por culpa da falta de capacidade de diálogo da maioria que suporta o governo”.
Num comentário retrospetivo aos cinco meses da legislatura, Miguel Castro realçou a “dificuldade enorme” que os partidos da oposição sentem em ver aprovadas as medidas que propõe devido à “postura de total bloqueio” do PSD, que é partilhada pelos seus ainda parceiros de coligação.
Segundo Miguel Castro, “Em teoria, estamos na casa da democracia, onde os vários deputados e partidos deveriam, supostamente, falar e trabalhar em conjunto em prol do Bem Comum. Mas, na prática, isto não acontece, de todo, devido à total falta de respeito do PSD e das suas bengalas, PAN e CDS, pelos partidos da oposição.”
Para o líder do Chega-Madeira, a postura do PSD não só denota uma total “incapacidade para aceitar e respeitar o espírito de abertura e diálogo que a Democracia determina”, mas também indica que, cinquenta anos após o colapso da ditadura, o parlamento regional continua a ser um “baluarte de más práticas democrática, onde só passam as propostas do PSD e todas as iniciativas dos outros partidos são reprovadas, muitas das quais até são bons contributos para uma Região mais próspera, feliz e competitiva.”
Numa fase em que ainda não é conhecida a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, quanto à possível dissolução da Assembleia Legislativa da Madeira, Miguel Castro sublinha que o futuro da Região e a execução de políticas que verdadeiramente sirvam a população exige uma grande mudança de postura da parte do partido que liderar a Madeira nos próximos anos, seja ele qual for.
“Não podemos ter à frente da Madeira partidos e pessoas que dizem ser democratas, mas que, na verdade, convivem muito mal com a opinião dos outros, especialmente quando essa opinião é diferente da sua. Isso não é ser democrata. Isso é, sim, ser hipócrita – e a verdade é que nada se constrói com base na hipocrisia e no preconceito político.”