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D. Nuno Brás admite que chumbo do Orçamento Regional afeta instituições da Diocese

Data de publicação
16 Dezembro 2024
18:52

O bispo do Funchal, Nuno Brás, admitiu hoje que o facto de a Madeira iniciar o ano de 2025 em regime de duodécimos, devido ao chumbo do Orçamento, vai afetar a atividade das instituições tuteladas pela diocese.

“Não sabemos com o que se pode contar e, portanto, [terão] dificuldades em pagar faturas, dificuldades a todos os níveis”, disse, lembrando que estas instituições operam sobretudo na área social e beneficiam de verbas disponibilizadas pelo Governo Regional.

Nuno Brás falava aos jornalistas no Paço Episcopal, no Funchal, onde hoje recebeu em audiência para apresentação de cumprimentos de Natal várias entidades, entre as quais os membros do executivo regional (às 12:00) e o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (às 15:00).

“As instituições prestam serviço social e o próprio governo dá uma parte substancial como recompensa deste contributo que as instituições fazem. Se esse contributo não existe, o que é nós havemos de fazer? Esperar. Há sempre uma incerteza muito grande”, declarou.

O bispo do Funchal reconheceu que a rejeição do Orçamento da Madeira para 2025 traz uma “instabilidade muito grande”, vincando tratar-se também de uma situação de instabilidade política que, também por isso, motiva preocupações.

“As pessoas deixam de saber com que é que podem contar, deixam de ter perspetivas seguras, certas, para o próximo ano. Isso traz sempre uma instabilidade muito grande”, reforçou, acrescentando: “Creio que nos preocupa a todos e, obviamente, a Igreja também.”

As propostas de Orçamento e Plano de Investimentos para 2025 apresentadas pelo Governo da Madeira, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, foram rejeitadas na discussão na generalidade, que decorreu em 09 de dezembro.

Os documentos mereceram os votos contra de PS, JPP, Chega, IL e PAN, todos os partidos da oposição.

PSD e CDS-PP, partidos que assinaram um acordo de incidência parlamentar, mas que não garantem a maioria absoluta, foram os únicos a votar a favor.

O chumbo do Orçamento não implica a demissão do governo, mas significa que a região será governada em regime de duodécimos em 2025 ou até que novos documentos sejam apresentados e aprovados.

O bispo do Funchal considerou, no entanto, que, “apesar de toda a instabilidade”, vale sempre a pena ter esperança e disponibilidade para recomeçar.

“No fundo, [a situação] recorda-nos que as certezas não vêm nem dos dinheiros, nem de todas estas coisas, mas que nos vêm do interior e da nossa fé em Deus, e que com a fé em Deus tudo podemos vencer e todos os obstáculos somos capazes de ultrapassar”, disse.

Depois do chumbo do Orçamento Regional para 2025, na terça-feira é votada uma moção de censura ao Governo Regional apresentada pelo Chega, que a justificou com os processos judiciais envolvendo o presidente, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, constituídos arguidos em casos distintos.

A moção deverá ser aprovada caso as intenções de voto de PS, JPP, Chega e IL se confirmem, e implica a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.

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