O cabeça de lista do PSD às eleições regionais antecipadas de 26 de maio na Madeira, Miguel Albuquerque, admitiu hoje a possibilidade de formar um governo minoritário e disse não estar à espera do Chega para nada.
“O governo minoritário é uma hipótese, mas é uma má hipótese, porque o governo minoritário está sempre sujeito a um conjunto de contingências que fazem com que as decisões sejam adiadas, não se possa planear as coisas com tempo e isso a Madeira não está habituada”, afirmou.
Miguel Albuquerque, também líder da estrutura regional social-democrata e chefe demissionário do executivo PSD/CDS-PP, falava aos jornalistas no âmbito de uma iniciativa de campanha na freguesia do Faial, concelho de Santana, no norte da ilha, onde visitou o terreno onde o Governo Regional pretende construir um centro de acolhimento empresarial.
“Eu acredito que vou ter a maioria. Depois, a questão da governabilidade é para ver ‘a posteriori’, porque nós só podemos equacionar a governabilidade em função do resultado das eleições, não é ‘a priori’, não é antes”, disse, reforçando que o objetivo do PSD é “fazer tudo para ganhar com uma maioria clara e depois constituir um governo”.
O cabeça de lista social-democrata reagia às declarações do líder do Chega, André Ventura, no domingo, que disse que o partido não faria qualquer acordo com o PSD.
“Ele diz uma coisa e depois diz outra, é o habitual”, afirmou Miguel Albuquerque, salientando que não está “à espera do Chega para nada”.
“Estou preocupado é que o Chega cresça, porque o Chega é um partido anti-autonomista e que faz do populismo de taberna o mote que vulnerabiliza as nossas democracias”, acrescentou.
Miguel Albuquerque disse ainda ser necessário respeitar a vontade dos eleitores, sublinhando que “quem determina as maiorias e os governos não é os analistas políticos nem sequer os líderes políticos, é quem vota”.
O candidato social-democrata considerou também que, apesar de o PSD governar a região autónoma há 48 anos, não haverá alternância política com as eleições antecipadas.
“Os madeirenses estão conscientes daquilo que foi conseguido”, disse, recordando “o maior crescimento económico de sempre na região”, o investimento público e investimento privado, o Produto Interno Bruto (PIB) que “vai atingir este ano 7.000 milhões de euros, quando em 2015 era 4.000 milhões”, além de a região ter em execução neste momento a maior obra do país - o novo Hospital Central Universitário da Madeira -, ter dos impostos mais baixos do país e devolver 560 milhões de euros em IRS e IRC.
A visita ao local onde está prevista a construção do Centro de Acolhimento Empresarial do Faial, um projeto a ser financiado pelo programa Madeira 2030, contou com a presença de dois secretários regionais, Pedro Fino, do Equipamento e Infraestruturas, e Rogério Gouveia, das Finanças.
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.