É preciso “explicação pública, cabal e urgente” sobre envio de centenas de inspetores para a Madeira, em aviões militares no âmbito da megaoperação. Posição defendida por Cunha Rodrigues, ex-Procurador Geral da República, que, em declarações à rádio Renascença, garante que se ainda assumisse o cargo não o permitiria.
Cunha Rodrigues diz ter quebrado o silêncio por razões imperativas de defesa da democracia e do Estado de Direito.
“Considero que o envio simultâneo para uma Região Autónoma de centenas de inspetores da Polícia Judiciária, em aviões militares, para a realização de buscas e a deslocação prévia de órgãos de comunicação social não podem ser justificados por motivos comuns de natureza processual e transparência, e exigem uma explicação pública, cabal e urgente. É aquilo que posso dizer”, disse.
Também José Souto Moura, antigo procurador-geral da República, entre 2000 a 2006 – mostrou-se “surpreendido” com a mega-operação. E lamenta também a “ocorrência de mais uma violação do segredo de justiça. O facto de estarem lá jornalistas do continente significa que houve uma violação do segredo de justiça”.