Sobre a atual crise política que atingiu o coração do poder político na Madeira, Filipe Sousa (JPP), entende que “o povo madeirense está triste e preocupado”. O político realçou esta manhã, junto ao Mercado dos Lavradores, no Funchal, numa ação de pré-campanha, que o PSD-M não está preocupado com os madeirenses, mas sim em salvaguardar “interesses partidários”.
O discurso de Filipe Sousa centrou-se também no Partido Socialista, que acusa de “estar a brincar com os madeirenses”.
“Eu vejo partidos a dar foguetes, a dar festas perante uma calamidade que assolou o povo madeirense. Olho com alguma preocupação para o facto de haver um partido que governa a Região, há perto de 50 anos, onde há aqui um jogo, e está a colocar os interesses partidários à frente dos interesses dos madeirenses. É importante referir que a vida dos madeirenses é sagrada”, fundamentou, lembrando que do lado da oposição socialista a situação não é tão diferente assim.
“Vejo o principal partido da oposição a brincar com os madeirenses”, reafirmou, reforçando que o cenário possível é o de eleições antecipadas, “devolvendo a voz ao povo”.
JPP critica ‘silêncio’ de Ireneu
“O JPP tem mantido a postura correta e séria. A solução para tudo isto passa por novas eleições no tempo certo. Lamento, também, o silêncio do Representante da República para a Região. Apontou na primeira reunião, que teve com o presidente do Governo Regional, a importância do orçamento regional, mas a partir dessa data remeteu-se ao silêncio. Cria aqui um conjunto de dúvidas e insegurança na população madeirense que não pode acontecer”, afirmou Filipe Sousa, lembrando a premência dos fundos comunitários que chegam por via do PRR, obras públicas lançadas, tudo o que interessa ser salvaguardado, a seu ver.
Os cenários especulativos, quanto a hipotéticos nomes para suceder no PSD-M, também merecem nota negativa por parte de Filipe Sousa. Ele que deixou claro que o JPP não vai entrar “neste histerismo, nesta correria desenfreada para agarrar o poder pelo poder”.
JPP afasta acordos pré-eleitorais
Quanto a acordos pré-eleitorais, não está para aí virado e lembrou que o PS já deu sinais de que não cumpre. “Nós vamos seguir o nosso caminho sozinhos”.
Relativamente às duas moções de censura, do PS-M e Chega, considerou: “Há partidos que estão a banalizar a moção de censura”, assegurou Filipe Sousa, dizendo que “tem de haver responsabilidade”. Recorde-se que estas moções serão discutidas primeiramente ao orçamento regional.
“Há um orçamento para ser discutido, mas tudo vai depender de aquilo que acontecer na 2.ª feira”, lembrou, numa alusão à reunião entre Miguel Albuquerque e Ireneu Barreto, onde o primeiro já adiantou que vai apresentar a sua demissão com efeitos imediatos.