Treze famílias da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, num total de 46 pessoas, já foram realojadas depois de terem sido retiradas de casa devido ao incêndio que lavrou na Madeira, indicou hoje o presidente da autarquia.
“À data de hoje, nós temos 13 agregados realojados, num total de 46 pessoas”, adiantou Leonel Silva, em declarações à agência Lusa, perspetivando que até ao final da semana sejam realojadas mais 24 pessoas (sete famílias).
Em 17 de agosto, 120 moradores foram retiradas do sítio da Fajã das Galinhas, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, nas zonas altas do concelho, devido às chamas que cercaram a zona e tornaram intransitável a única estrada de acesso, numa extensão de cerca de dois quilómetros ao longo de uma escarpa.
Vários munícipes foram para casas de amigos e familiares e outros foram para os centros comunitários de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos.
Está atualmente em curso um processo de realojamento destes moradores em imóveis privados, da Câmara Municipal, do Governo Regional e de uma paróquia, até que seja encontrada uma solução definitiva, uma vez que o local não oferece condições de segurança para as pessoas poderem regressar às suas casas.
Leonel Silva indicou que hoje continuam alojadas 24 pessoas no centro comunitário do Estreito de Câmara de Lobos, sendo que “quase todas” serão realojadas até ao final desta semana.
De acordo com o autarca, cinco pessoas não quiseram sair de casa e continuam a residir na Fajã das Galinhas, apesar da estrada de acesso ao local estar encerrada.
No domingo, um destes moradores morreu, confirmou Leonel Silva, realçando, no entanto, que “contrariamente aquilo que tinha sido veiculado inicialmente, não houve nenhuma derrocada”.
O presidente da Câmara referiu que, de acordo com as informações de que dispõe por parte dos bombeiros, da PSP e da delegada de saúde, tratou-se de uma queda.
Fonte dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos disse à Lusa, no domingo, que um homem morreu na Fajã das Galinhas na sequência de um desabamento de terras.
A mesma fonte adiantou que se tratava de um agricultor que “estava numa fazenda e o terreno cedeu”.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. No dia 26, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava “totalmente extinto”.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida, embora as autoridades regionais tenham sinalizado 5.116.
Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.
Segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.