Miguel Castro, líder do CHEGA-Madeira e do grupo parlamentar do partido, classificou a tradicional mensagem de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa como um discurso com “moderado” e afirmou que o mesmo revelou “equilíbrio e enorme cautela política face a um sistema partidário e a um contexto governativo que está a atravessar uma profunda mudança.”
A este propósito, o partido relembrou que o presidente da República afirmou que 2024 será um ano ainda mais decisivo do que 2023 e apelou a uma forte participação nos três atos eleitorais previstos, nomeadamente as eleições nos Açores, as eleições legislativas nacionais e as eleições europeias.
Não obstante, para Miguel Castro, “o discurso de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa foi condicionado pela situação que o país vive e, como tal, marcadamente generalista, usando o contexto internacional e os cinquenta anos do 25 de Abril para evitar análises de fundo sobre a política interna portuguesa.”
Mesmo assim, aos olhos do presidente do CHEGA-Madeira, o chefe de Estado fez um importante apelo ao voto e deixou algumas mensagens discretas, mas claras, quanto ao que ele pensa quanto ao futuro do país. “Quem o ouviu com atenção percebeu que Marcelo refutou o quadro otimista que o PS tem vindo a passar quanto ao estado atual do país e realçou áreas em que a governação socialista claramente falhou, em especial na garantia de um efetivo acesso da população à saúde, educação, habitação e justiça social. A juntar a isto, o presidente falou, em tons muito evidentes, da importância de combater a pobreza, a corrupção instalada e as assimetrias crescentes entre ricos e pobres”, disse.
A concluir, Miguel Castro sublinhou o apelo ao voto feito pelo presidente, o qual considera ainda mais importante num país como Portugal, onde são quase sempre registados altos níveis de abstenção. “Ficar em casa ou continuar a votar nos mesmos que corrompem o sistema político e depois esperar que algo mude para melhor é insano e irracional. No dia 10 de Março, é fundamental votar e fazer escolhas diferentes daquelas que nos trouxeram a mais este fosso político onde nos encontramos”, rematou.