A manhã no Aeroporto Internacional de Madeira está a ser marcada por movimentações policiais junto à doca de cargas e descargas, momentos antes da chegada de Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal, sobre o qual recaem agora suspeitas de corrupção.
Nesta porta de entrada e saída na Região, encontram-se parados os mesmos autocarros que transportaram os agentes da Polícia Judiciária no dia em que aterraram em solo regional para dar início às buscas e detenções já noticiadas no âmbito desta megaoperação, que envolve ainda Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional.
Conforme já noticiado, Pedro Calado saiu há instantes do Estabelecimento Prisional da Cancela, onde pernoite de ontem para hoje, após a sua detenção.
Recorde-se que em causa estão suspeitas de corrupção, ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poder e tráfico de influência.
Segundo uma nota da Polícia Judiciária, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, foram executadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, em diversos concelhos da Madeira, mormente Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava, na Grande Lisboa, em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e ainda em Ponta Delgada.
As detenções do presidente da Câmara do Funchal e de dois gestores do grupo AFA ocorreram às 14h15, sendo que estes deverão ser ouvidos amanhã, sexta-feira, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
De destacar que nesta operação policial participaram dois juízes de Instrução Criminal, seis magistrados do Ministério Público e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República, bem como 270 investigadores criminais e peritos da PJ.