Ainda na senda das comemorações dos 50 anos da Revolução de 25 de Abril, o Partido Reagir Incluir Reciclar (RIR) afirma ter procurado homenagear as conquistas de Abril, aquando da elaboração da lista candidata às eleições regionais, ao ter optado por ocupar os cinco primeiros lugares da sia lista com cinco “valentes” mulheres, “que tudo têm feito em prol do nosso partido”.
“Lembramos que antes do 25 de Abril a mulher era tratada como um ser inferior ao homem. Elas governavam a casa, eles, mandavam no mundo. Os direitos eram tão limitados que só era possível sair do país com autorização do marido. Na ideologia vigente, os direitos da mulher eram quase nenhuns. Não podia votar. Não podia ser juíza, diplomata, militar ou polícia. Para trabalhar no comércio, sair do país, abrir conta bancária ou tomar contracetivos, a mulher era obrigada a pedir autorização ao marido. Até para exercer a profissão de enfermagem, não podia ser casada nem ter filhos”, recorda o partido, continuando: “A mulher ganhava quase metade do salário pago aos homens. Estas e outras leis foram rasgadas no 25 de Abril, quando, um ano depois da revolução, os direitos das mulheres ficaram consagrados na Constituição da República”, aditou.
O RIR congratula-se, assim, com a igualdade de direitos que hoje vigora, tudo graças a “esta grandiosa revolução”.
No entanto, não deixou de lamentar a presença de militantes de partidos políticos na marcha ontem no Funchal, considerando que tal participação apenas serviu para “fazer campanha eleitoral”.
“Desta forma, condenamos igualmente as cerimónias na AR feitas para vangloriar os atuais políticos e aos capitães de Abril nada”, atirou.