A cabeça de lista do Reagir Incluir Reciclar (RIR) às eleições regionais da Madeira, Liana Reis, fez hoje um balanço positivo da primeira semana de campanha eleitoral, destacando a crise na habitação como uma das principais preocupações.
“Andamos na baixa do Funchal, na zona do mercado [dos Lavradores]. A ação de hoje é mais para fazer um balanço da primeira semana da campanha. Temos estado contacto com a população e ficámos satisfeitos porque já nos reconhecem das iniciativas durante a semana”, disse à Lusa Liana Reis, ao final da manhã.
A candidata contou à Lusa que a população lhe tem transmitido preocupações sobre as condições de vida, a crise na habitação e os salários.
“Falaram sobre a falta de apoios, sentem-se abandonados. As casas estão degradadas e não há dinheiro para comprar ou arrendar. As pessoas têm baixos rendimentos e, por isso, têm rendas em atraso, porque têm de comer e comprar medicamentos. Esta Madeira, esta parte da Madeira não pode continuar escondida. Se formos eleitos será uma das nossas prioridades”, disse.
Sobre a crise na habitação, Liana Reis realçou que a Madeira tem o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas as listas de espera são muito grandes.
“As ditas construções a custo controlado, quando vamos ver os custos... Um T1 chega aos 190 mil euros em certas zonas. Sabemos que as listas de espera são grandes e que o fator cunha prevalece”, indicou.
A candidata não compreende “porque é que a habitação a custos controlados continua a preços exorbitantes” e, por isso, o partido propõe que o Governo Regional reabilite ou incentive a reabilitação de edifícios devolutos, no caso dos privados, transformando-os em habitação para as famílias mais carenciadas.
A recuperação dos prédios devolutos – do executivo ou das dioceses, por exemplo - é mesmo uma das principais bandeiras da candidatura, que apela a um acordo para viabilizar um plano de recuperação.
“Achamos que existe falta de vontade política em fazer o plano de recuperação de habitações. Não devia ser dada concessão de novas habitações às mesmas empresas, às mesmas duas empresas que até estão envolvidas neste esquema de corrupção de que a Madeira foi alvo”, disse.
A cabeça de lista defendeu também um aumento dos salários para mudar a condição de vida das pessoas.
Liana Reis destacou ainda a presença da presidente nacional do RIR, Márcia Henriques, que acompanhou ações de campanha e já regressou ao continente, triste com a realidade da região.
“A presidente do partido estava à espera de uma Madeira muito melhor e, no entanto, encontrou duas Madeiras, uma muito pobre e outra muito rica. Vimos realidades que nem eu, que sou residente, conhecia, como ontem durante a visita ao Bairro da Nogueira, um dos mais problemáticos”, disse.