Começou hoje a segunda edição da Madeira Blockchain Conference, evento que decorre até amanhã no antigo Matadouro do Funchal, e que serve de palco para discutir assuntos relacionados com este tipo de tecnologia. Na sessão de abertura, o secretário regional das Finanças garantiu que a Madeira tem boas condições para acolher empresas tecnológicas ligadas ao blockchain, mas defendeu também que a sua implementação deve ser feita “de forma equitativa e franca”.
“Estão criadas as melhores condições para receber na Região qualquer empresa, nomeadamente as ligadas à tecnologia blockchain, encontrando-se o Governo Regional disponível para apoiar, dentro do legalmente possível, essa instalação”, acenou Rogério Gouveia, depois de elencar os atrativos como um quadro de benefícios fiscais, mas antes de apontar o maior desafio.
“Neste momento, a ausência de regulamentação clara sobre a tecnologia blockchain constitui o principal desafio”, vincou, salientando que “é preciso garantir que a implementação desta tecnologia seja realizada de forma equitativa e franca, garantindo assim que os seus benefícios se estendam a todos”.
Também Maurício Marques, CEO da Yacooba Labs, um dos organizadores do evento, destacou as potencialidades deste tipo de tecnologia que assenta numa cadeia de blocos, como o nome indica, e que, entre outros aspetos, visa a descentralização como medida de segurança.
“O blockchain é uma tecnologia que veio para ficar e mudar as nossas vidas. É uma tecnologia que traz um novo modelo conceitual de organização da nossa sociedade. Obriga-nos, indivíduos e entidades coletivas, a repensar na forma como partilhamos os nossos dados, o uso da nossa identidade, do nosso dinheiro, e por aí fora”, realçou este responsável, exemplificando que esta “é uma ótima ferramenta para lutar contra a pirataria e burlas em algumas áreas”.
No entanto, Maurício Marques apontou que, apesar dos pontos fortes e aspetos positivos, há potenciais fragilidades, pelo que “é muito importante discutir e ensinar os impactos desta tecnologia ainda tão jovem”. É por isso, acrescenta, que este evento existe, explicando que se trata de uma forma de mostrar também aos madeirenses o que esperar desta tecnologia, entre os prós e os contras, para que a sua utilização seja mais eficaz e segura.
A sessão de abertura oficial contou também com a presença de Pedro Dominguinhos, presidente da comissão nacional de acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência, que salientou a aposta na transição digital como um dos pilares do PRR.
“É um bom sinal que a inovação possa acontecer em todo o lado. Depende das competências, do conhecimento, e dos empresários. E, especialmente, de combinar todos estes fatores”, disse, em relação às potencialidades das tecnológicas.