A presidente da Comissão Política e Coordenadora da Concelhia de Santa Cruz do JPP lamenta em comunicado "toda a situação" que culminou com a demissão do "líder e mentor" do partido, Filipe Sousa, e afirma que "o quinto lugar [na lista para as eleições regionais] e a aprovação de uma lista sem conhecimento prévio do presidente foi apenas a gota de água de um longo processo de sucessivos e lamentáveis episódios".
Segundo Élia Ascensão, o que aconteceu "reflete uma conduta que está nos antípodas daquele que é o espírito que fundou este partido, criado na sequência de um movimento de cidadãos que pretendia precisamente instaurar na política regional uma outra forma de estar".
A também vice-presidente da autarquia santacruzense, lamenta que "este projeto, nascido do povo e para o povo, mantenha no seu seio alguns elementos que se afastaram do espírito altruísta do JPP em benefício de projetos e ambições pessoais e que estão a manchar o trabalho sério que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos 10 anos".
Solidária, afirma que Filipe Sousa "não merecia este tratamento por parte de alguns dos seus companheiros de partido, que desprezam, desta forma e de maneira inaceitável, o capital político, a honestidade, o trabalho e a dedicação de um homem que é a alma do JPP e ao qual devem a sua atual notoriedade".
"Em política e na vida, este é um gesto de desonestidade e de falta de lealdade imperdoável", sublinha.
Élia Ascensão condena "que se esteja a passar a ideia de que a demissão do Filipe Sousa da presidência do JPP tem por base a atribuição de um quinto lugar na lista para as eleições regionais".
"Na verdade, a atribuição deste quinto lugar foi o culminar de uma série de episódios, levados a cabo por dois ou três elementos, que, ao longo dos últimos anos, têm feito oposição interna ao seu próprio líder e à equipa que o acompanha na Câmara, ignorando-o nas tomadas de decisão, desvalorizando o seu trabalho, renegando o seu legado. O quinto lugar e a aprovação de uma lista sem conhecimento prévio do presidente foi apenas a gota de água de um longo processo de sucessivos e lamentáveis episódios", esclarece.
Adianta que Filipe Sousa Sousa "sempre deixou claro que não ambicionava lugares na Assembleia Legislativa da Madeira, e que o seu compromisso era com o povo de Santa Cruz, pois o seu espírito político sempre foi o de serviço à comunidade e de proximidade a esta".
"Sabendo disto, ainda é mais incompreensível que alguns elementos do partido se recusem a aproveitar o capital político deste homem e a sua popularidade e aceitação, que mais nenhum outro elemento do JPP tem ou algum dia virá a ter. Nunca vimos na história partidária um líder ser relegado para segundo plano", salienta.
Élia Ascensão conclui dizendo que enquanto Filipe Sousa se mantiver na Câmara de Santa Cruz a comissão concelhia, assente nas eleições autárquicas, manterá a sua missão de "pugnar pelos valores e ideais do verdadeiro JPP" e vai continuar a seguir a vontade do líder e presidente, de servir a população do concelho "e ajudar a trazer de volta o verdadeiro JPP".
Iolanda Chaves