A Sé Catedral do Funchal celebra, esta tarde, a Missa Vespertina da Ceia do Senhor, no âmbito da Semana Santa.
Na homilia, D. Nuno Brás referiu que na ceia pascal “tudo é vivido com uma dimensão sagrada”.
O bispo do Funchal expressou que “Jesus antecipou a sua Páscoa de morte, sepultura e ressurreição, concentrando-a, sintetizando-a no sacramento da Eucaristia, e permitindo que os seus, ao longo dos séculos e em qualquer lugar do universo, a pudessem celebrar, tornando-se desse modo presentes aos acontecimentos da salvação, aos eventos da nova e eterna Aliança”.
Neste sentido, sublinhou que aos cristãos “não basta comer uma refeição em memória de Jesus, como a que poderia ser celebrada por uma família cristã na sua própria casa, nem sequer de a celebrar num qualquer espaço mais alargado, dada a realidade maior das comunidades cristãs”.
Ainda que aponte que “é verdade que, tal como sucedeu na Última Ceia, vivemos ainda com alguns sinais que nos ajudam a recordar o que era celebrado na Antiga Aliança (uma refeição, celebrada à volta da mesa, com pão ázimo e cálice de vinho). Mas tudo isso o recebemos transformado na celebração da Eucaristia, verdadeira e real presença de Jesus morto e ressuscitado por nós”.
Assim sendo, D. Nuno Brás reiterou que “a Eucaristia não é um teatro, não é um espetáculo, não é uma refeição de família”, mas sim “a celebração da morte e da ressurreição do Senhor, da qual todos participamos e a qual todos vivemos, transformando e unindo o nosso coração e a nossa vida às palavras proferidas e aos gestos realizados, deixando que o serviço que Jesus realiza para nós e por nós se torne o fundamento e a forma de toda a nossa vida e de todo o nosso serviço aos irmãos e ao mundo”.
“A Eucaristia é pois o grande impulso da caridade que, partindo da morte e ressurreição do Senhor, anima também a vida do cristão: caridade com os irmãos na fé, exigindo verdadeira fraternidade e comunhão, caridade com todos, em particular para com os que sofrem — Amor de Deus hoje, distribuído sem medida, até aos confins do mundo, ponto fixo que eleva o mundo inteiro do tempo presente até Deus; Páscoa da passagem de Deus por cada vida humana, por nós, em cada dia, que apenas a oração é capaz de descobrir no seu verdadeiro significado, de acolher com todas as suas exigências, de nos ajudar a retirar dela todas as suas consequências existenciais”, sintetizou.