O Papa admitiu visitar a Argentina durante uma entrevista divulgada hoje, em que confirmou que fará pelo menos duas viagens em 2024, uma à Bélgica e outra a Timor-Leste, Papua-Nova Guiné e Indonésia, em agosto.
“Há a hipótese da Argentina, mas para já tenho-a ‘entre parêntesis’: a organização da visita ainda não começou”, afirmou o papa argentino ao jornal italiano La Stampa, citado pela agência espanhola EFE.
Francisco nunca visitou o país onde nasceu há 87 anos como Jorge Mario Bergoglio desde que foi eleito Papa, em 13 de março de 2013.
O chefe da Igreja Católica vai receber o novo Presidente argentino, Javier Milei, em 12 de fevereiro, no Vaticano, que o vai convidar pessoalmente a visitar o país.
Milei, um populista de 53 anos que se assume como anarcocapitalista, é Presidente da Argentina desde 10 de dezembro.
Criticou Francisco durante a campanha eleitoral, mas mudou de atitude depois de ter sido eleito e exortou-o a visitar a Argentina.
Francisco disse que não se incomodou com as críticas, que atribuiu ao ambiente da campanha eleitoral, e explicou que se vai encontrar com Milei porque vai participar, em 11 de fevereiro, na canonização de uma beata argentina.
“Antes das canonizações, é costume saudar as autoridades na sacristia. Além disso, sei que ele pediu para marcar uma entrevista comigo, por isso aceitei, vamos ver-nos”, disse Francisco.
“E estou pronto a iniciar um diálogo, em palavras e em escuta, com ele. Como com toda a gente”, acrescentou ao La Stampa.
Segundo fontes governamentais argentinas, Milei será recebido em 11 de fevereiro pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, enquanto a audiência com Francisco ocorrerá no dia seguinte.
Será o primeiro encontro entre os dois depois de Milei o ter atacado em várias ocasiões durante a campanha eleitoral.
Depois de Milei ter sido eleito, Francisco falou com o novo chefe de Estado argentino ao telefone e enviou-lhe um rosário.
Milei, um católico que se converteu recentemente ao judaísmo, escreveu depois uma carta a Francisco, transmitindo-lhe o “afeto filial do povo argentino” e convidando-o a visitar a Argentina.
“A sua presença e a sua mensagem contribuirão para a tão desejada unidade de todos os nossos compatriotas e dar-nos-ão a força coletiva necessária para preservar a nossa paz e trabalhar para a prosperidade e o crescimento da nossa querida República Argentina”, disse Milei na carta.
A visita a Timor-Leste já tinha sido anunciada pelo Presidente timorense, José Ramos-Horta, quando foi recebido por Francisco em 22 de janeiro, no Vaticano.