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Artigo de Opinião

Engenheiro

17/08/2023 08:00

Mas tenho de dar o braço a torcer, as Jornadas Mundiais da Juventude, deixou-me algo perplexo e deveras optimista perante o futuro da Igreja e também da nossa tão massacrada e desacreditada juventude. Foram quatro dias de uma euforia contida e genuína que deixou muita gente desconfortável. Num país pequeno a mediocridade ganha terreno e há sempre interesses sub-reptícios e muito moderninhos com tempo de antena. As nuvens negras começaram cedo, com enredos sobre os custos do evento, adensou-se a polémica com os abusos dos padres, depois vieram os ajustes de contas com os ajustes directos, ainda tivemos um idiota com o nome do avô a fazer uma obra prima (gostava de saber quanto pede por cada um dos seus trabalhos ou se é só caridade), tivemos ainda uns outdoors de gosto muito duvidoso e toda uma comunicação muito politicamente correcta e muito pouco católica a tentar encontrar a mancha no melhor pano ou o defeito no nariz do santo…enfim, Portugal no seu melhor.

Tivemos uma multidão imensa de gente nova e não tivemos desacatos, não tivemos tarjas ofensivas, não tivemos direito a gás lacrimogénio ou montras partidas. Graças a Deus e penso que só a Ele mesmo, não apareceu a Greta nem o seu séquito de fundamentalistas apanhados pelo clima. É certo que não se bateu nenhum recorde do consumo de cerveja e não tivemos nenhum concurso de miss t-shirt molhada, mas tivemos um set do DJ Padre Guilherme que me impressionou fortemente e claro, toda uma organização, um programa e um enquadramento que deixou mesmo o mais descrente rendido a esta tão autêntica demonstração do que é ser católico e ser jovem.

O que mais me impressionou na movimentação massiva e voluntária destes jovens de todo o mundo e claro, também do nosso país, foi a fé, foi o acreditar. Quando parece que ninguém acredita ou valoriza estes jovens, eles acreditam e existe também alguém que acredita piamente neles. Falo do Papa Francisco, que apesar dos seus 86 anos e depois de ser vivamente chocalhado pelo nosso Presidente da República, falou aos jovens com o coração e ao coração, transmitindo esperança e uma fé inabalável no seu futuro. Mas infelizmente muito gente não percebe que o futuro destes nossos jovens é também o nosso futuro, é o futuro de todos, todos, todos.


A avestruz

A avestruz além de ser a maior ave do planete é uma ave conhecida pela sua significativa velocidade, pois apesar de não voar e do peso significativo, atinge facilmente os 70 km/h, dando assim algum trabalho aos seus predadores. Além desta caraterística, este bípede emplumado tem um hábito muito peculiar, pois quando se vê em situações mais complicadas enterra a cabeça na terra para que os seus predadores a confundam com um arbusto, e fica imóvel à espera que o perigo passe.

Lembrei-me deste desajeitado animal ao ver como alguns responsáveis socialistas desta nossa terra encaram os problemas, ainda por cima quando são sérios e põe em causa a população que deveriam servir e cuidar. Ao menor sinal de um problema esta malta dispara a grande velocidade, fugindo ao problema ao mesmo tempo que o tenta empurrar para quem tiver mais à mão (ou pata). Quando as coisas se complicam e o problema não se resolve com uma "carreirinha", toca a enfiar a cabeça no calhau e quase sem respirar, parados e imóveis esperaram que o problema passe ou que outros o resolvam. A avestruz sem solução, recorre à ilusão. Na savana faz sentido para enganar os leões e os leopardos, mas recorrer a este expediente para enganar a população não está certo e merece castigo. Mas o povo está atento e felizmente não gosta muito de votar em avestruzes e muito menos em arbustos… mesmo aqueles que dão frutos.

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