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Artigo de Opinião

25/05/2021 08:01

A criação do subsídio social de mobilidade constitui um avanço sem precedentes para a nossa continuidade territorial. Contudo, é preciso paciência de santo, tanto por parte dos residentes, como por parte dos funcionários dos correios, que acabam a levar por tabela. E uma coisa tenho certa, façam o que fizerem, não tentem levantar o reembolso no continente, porque então aí é pior que uma câmara de tortura, vão arrancar todos os cabelinhos juntamente com o funcionário dos CTT, que sem experiência, vai-vos levar no mínimo 30 minutos para tratar da papelada. Se não bastasse, ainda têm de ouvir as bocas e a impaciência dos restantes clientes que aguardam na fila para serem atendidos.

Eu própria, que viajo com alguma frequência e que já estou familiarizada com burocracia que envolve o subsídio de modalidade, cada vez que vou à estação dos CTT receber o reembolso, volto de mãos a abanar, para minha incredulidade. Há sempre um documento em falta ou algo que não foi impresso corretamente. Existe sempre uma regra nova que curiosamente não consta da lei e que o funcionário não consegue explicar o porquê da exigência. A resposta é sempre assim: “ó menina estas são as regras, não sei porquê, mas senhores do governo pedem assim”. E eu depois de respirar fundo, tento explicar que “os senhores do Governo” não são lei e que só deve ser exigido o que consta na legislação em vigor e que e que tudo o resto são preciosismos da administração pública. Mas não há nada a fazer, mesmo com reclamações ou com um daqueles escabeches à portuguesa. Se quiser receber o dinheiro (inevitável com o preço das passagens), tem de cumprir com todas as exigências, mesmo as mais estapafúrdias que passam pela cabeça dos burocratas do Governo Regional, que parecerem que se entretêm a maquinar como infernizar a vida ao viajante.

Apreciem as seguintes pérolas e desde já informo que o parágrafo que se segue é de interesse público, por isso aconselho os leitores a lerem com a máxima atenção, pois não vão encontrar esta informação em lado nenhum, senão na boca dos funcionários dos correios. Quando imprimirem o recibo eletrónico, tem de constar o cabeçalho do email, não basta apenas imprimir o corpo da mensagem que supostamente é onde constam os dados exigidos pela lei. Por exemplo, se viajou com a TAP e entregou os comprativos como realizou as viagens, em vez dos cartões de embarque, tem de imprimir o corpo do email que enviam com os anexos, apesar destes não terem qualquer informação das que são requeridas na lei. Caso opte por entregar os cartões de embarque, não pode ser a cópia do formato digital da wallet do telemóvel, tem de ter consigo a opção em pdf, apesar de ambos terem exatamente os mesmos dados. A última que ouvi refere-se à fotocópia do cartão de cidadão, esta tem de ser tirada em tamanho original, se por acaso aumentarem a escala do documento na impressão, já não serve. Por agora, é tudo. Eventualmente, quando for levantar outro reembolso vou ter mais matéria para o cardápio. Não sei se toda esta burocracia se deve aos chicos-espertos que andaram a fazer burlas com o subsídio de mobilidade, mas aviso desde já, se não cumprirem com estas exigências kafkianas não conseguem levantar o subsídio.

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