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Artigo de Opinião

5/12/2023 07:00

Querido Pai Natal, já não me recordo da última vez que te escrevi uma carta, talvez tenha uns 20 anos, mas já que vamos ter em Março eleições antecipadas, quiçá ainda vou a tempo de ver alguns desejos concretizados. Já tivemos alguns presentes adiantados, como o recuo no IUC e no imposto extraordinário ao alojamento local no arquipélago, mas ainda assim. Após hecatombe que levou à queda do Governo de António Costa, arrisco-me a ser mais caprichosa e a esticar a lista de pedidos. Mereço, aliás merecemos todos, fomos bons meninos!

Vermo-nos livres deste governo, ao contrário do que nos tentam impingir, já foi uma bênção. A “Operação Influencer” não causou um problema, resolveu um problema. Livrou os portugueses de um governo indigno para as funções que exercia e que se preparava para agravar ainda mais os impostos sobre os contribuintes. Mesmo demissionários tiveram a audácia para tentar aprovar no Parlamento a lei nº 89/XV, que entre muitas outras coisas, visava acabar com o que resta da liberdade de expressão em Portugal e constituir crime a crítica política e ideológica. Perante o coro de críticas públicas, acabaram por recuar, mas as suas intenções foram reveladas. Parece-nos que o Partido Socialista, de socialista tem apenas o hino da internacional que, ainda por cima, usa inapropriadamente.

Desde que o PS conquistou a maioria absoluta que a coisa começou a descambar. Digam o que disserem, mesmo timidamente, a geringonça, impôs limites. Chego à conclusão de que não importa apregoar-se de esquerda ou direita, maiorias absolutas são um perigo à democracia e às liberdades conquistadas com o 25 de Abril.

Mais apreensiva estou com a crescente judicialização da política em Portugal. Já tinha ficado de cabelos em pé quando assisti, em direto pela televisão, às “buscas” do Ministério Público e da Polícia Judiciária à casa de Rui Rio e à sede nacional do PSD, sem qualquer tipo de fundamento. Até hoje, ninguém entendeu a motivação do MP, a coisa gritou ajustes de contas. O facto é que Rui Rio tem sido um dos poucos a criticar o funcionamento da justiça em Portugal e a pedir a sua reforma.

Agora, com António Costa a demitir-se por causa de um comunicado da Procuradoria-Geral da República é bom que a justiça tenha provas incontestáveis da corrupção, porque deitar um governo eleito abaixo, por erros grosseiros ou intencionais não pode ficar impune. À justiça o que é da justiça, não é bem assim. Quando as suas decisões interferem diretamente com a vontade dos eleitores e põe em causa o regime democrático, a inimputabilidade não se lhes pode aplicar. Um órgão que não é eleito, nem escrutinado pelo povo e que tem o poder para derrubar a vontade popular, deixa-me mais revoltada do que qualquer corrupção.

Também na Madeira estamos a precisar de algumas prendas no sapatinho. Muito jeito nos dava a cadeia de supermercados Lidl, com os seus preços imbatíveis para as compras da consoada. Alguém tem de dizer ao Presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e ao Presidente do Governo, Miguel Albuquerque, que os madeirenses não vão tolerar que se repita com o Lidl, aquilo que aconteceu com o ferry Naviera Armas. A continuar assim, numas próximas eleições não vai haver PAN que lhes valha.

Portanto, querido Pai Natal, o meu pedido é simples: Pode dar uma boleia a estes intervenientes nas próximas eleições até à Lapónia?! Prometo deixar na árvore de Natal, umas broas de mel da minha mãe e umas cenouras da horta do meu pai para as renas.

Feliz Natal

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