“Uma política que não se inclina sobre a cultura é uma política destituída da profundidade que deve defini-la”. Palavras do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira no Mesclarte’24 – Cimeira Atlântica das Indústrias Criativas, que decorreu ontem.
“Felizmente, estamos aqui reunidos e unidos por essa profundidade que, acredito, nunca há de faltar-nos, nunca há de falhar-nos. Num mundo cada vez mais complexo, onde as crises e os conflitos põem à prova a nossa esperança e nos obrigam a reimaginar o futuro, a cultura é, sem sombra de dúvida, o último reduto da democracia e da nossa resistência enquanto homens e mulheres ainda capazes de cerzir um sonho”, salientou ainda José Manuel Rodrigues.
Recorde-se que, conforme destaca uma nota enviada à redação, o Mesclarte conta com uma década de diálogos com os agentes culturais dos países do eixo Atlântico, que falam português, e, por isso mesmo, o líder do parlamento madeirense vincou a importância dos intercâmbios.
“Lembremo-nos sempre que é através da cultura que afirmamos a nossa singularidade e identidade insular atlântica e que é esta matriz que nos confere dimensão, não só no espaço Atlântico, por meio de raízes comuns que nenhum acontecimento pode arrancar da História, mas também na Europa e no Mundo. É a cultura que nos distingue, é a cultura que nos une, é a cultura que nos fortalece, individual e coletivamente, e é a cultura que nos aproxima de nós mesmos e dos outros”, disse.
Dando como exemplo as Jornadas Parlamentares Atlânticas, que une as regiões da Macaronésias, José Manuel Rodrigues enfatizou a importância dos encontros e dos intercâmbios, quer sejam culturais ou políticos. “Os Parlamentos Insulares foram percursores, empreendendo esforços, na missão de criar um diálogo profícuo entre povos que estão inexoravelmente ligados por uma matriz comum e partilham interesses e desafios”, afirmou.
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira felicitou ainda os homenageados no Mesclarte’24, mormente o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas e ministro do Mar de Cabo Verde, Abraão Vicente, e a ex-diretora regional da Cultura, Teresa Brazão.
“Bem merecem este gesto de reconhecimento, por parte da Associação das Indústrias Criativas, que é um justíssimo tributo aos seus percursos, quer enquanto artistas quer enquanto governantes e impulsionadores das artes, da cultura e das Indústrias Criativas. Muitos parabéns a ambos por esse legado e pela vossa entrega em prol desta causa maior que é a cultura. Estou certo de que o exemplo de Vossas Excelências é, para todos, uma inspiração”, concluiu.
O evento contou com relatos, na primeira pessoa, das experiências empresariais e criativas de Júlio Pereira, Marisa Santos, Lumi Lapin, Tony Fernandes e Márcio Nóbrega.