O Presidente norte-americano e recandidato ao lugar, Joe Biden, garantiu ser apoiado pelo “eleitor comum” e rejeitou afastar-se da sua candidatura a um segundo mandato, cuja eleição decorre em novembro.
“Estou firmemente empenhado em manter-me na corrida”, escreveu Biden, numa carta dirigida aos democratas, no regresso à sessão parlamentar em Washington após as férias de 04 de julho.
Para o líder dos Estados Unidos “qualquer falta de discernimento sobre a tarefa que temos pela frente só ajudaria (o antigo Presidente e candidato republicano Donald) Trump e prestar-nos-ia um mau serviço”. “É altura de nos unirmos”, apelou o democrata de 81 anos.
Joe Biden fez saber que “não está cego” às “preocupações” expressas desde o debate televisivo com o seu adversário de 78 anos, durante o qual pareceu muito cansado e confuso.
Recordou a vitória nas primárias do seu partido por uma larga margem e insistiu que “não cabe à imprensa, aos comentadores ou aos grandes doadores” decidir sobre a sua candidatura presidencial.
Durante uma entrevista telefónica ao programa matinal da MSNBC, desafiou, em tom irritado, os críticos da sua candidatura a avançarem contra ele: “desafiem-me na convenção democrata”.
“Não me interessa o que pensam os milionários”, declarou ainda, manifestando-se “convencido” de que tem o apoio do “eleitor médio” e considerou o resultado das eleições legislativas francesas como um presságio favorável.
“A França rejeitou o extremismo, os democratas (norte-americanos) também o vão rejeitar”, estimou Biden, garantiu que ao contrário da sua campanha energética desde o debate, Trump só andou “no seu carrinho de golfe” na sua luxuosa residência na Florida.
O Presidente norte-americano recordou também que vai organizar a cimeira da NATO em Washington, entre terça e quinta-feira para assinalar o 75º aniversário da organização de defesa.
O Presidente também planeia dar uma conferência de imprensa a solo na quinta-feira, um exercício de que se tem esquivado desde a sua chegada à Casa Branca, além de ter anunciado uma deslocação no dia seguinte ao Michigan, um estado que, tal como a Pensilvânia, será decisivo em novembro, e depois ao Texas e ao Nevada.
No entanto, várias vozes democratas consideram que chegou a altura de Biden se retirar, permanecendo a dúvida se haverá uma investida coordenada nesse sentido.
Outras dúvidas surgiriam também quanto à vontade de Biden aceitar retirar-se e mesmo perante essa decisão, o Partido Democrata teria apenas algumas semanas para organizar a sua sucessão, correndo o risco de haver divisões internas e uma convenção de nomeação caótica em Chicago, em agosto.
Neste cenário inteiramente hipotético, o novo candidato teria pouco mais de dois meses para fazer campanha antes das eleições de 05 de novembro.