O novo líder do partido nacionalista escocês SNP, John Swinney, provável futuro primeiro-ministro do país, prometeu hoje trabalhar pela “unidade” e governar num espírito de “compromisso”, reiterando a luta pela independência .
O político de 60 anos foi nomeado como novo líder do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), sucedendo a Humza Yousaf, de 39 anos, que se demitiu na semana passada.
Swinney foi o único candidato a avançar, depois de potenciais rivais terem desistido numa altura em que o SNP tem visto a sua popularidade diminuir, prejudicado pela luta pela independência.
“O facto de eu ser o único candidato mostra que o SNP está a unir-se novamente”, afirmou em conferência de imprensa, depois de prestar homenagem ao seu antecessor.
O novo líder partidário prometeu permitir um “diálogo aberto e respeitoso” no SNP e, de um modo mais geral, “ouvir” todos os quadrantes do Parlamento escocês.
Comprometeu-se ainda a governar “de boa-fé com todos os que desejam juntar-se” e a “procurar um compromisso no interesse da Escócia”.
Para se tornar primeiro-ministro, John Swinney tem ainda de ser eleito pelo parlamento escocês, onde o SNP, com 63 lugares num total de 129, não dispõe de maioria absoluta, numa votação prevista para o final da semana.
O novo líder do SNP poderá beneficiar do apoio dos Verdes, que defendem a estabilidade à frente do governo escocês.
O parlamento escocês é responsável por muitos domínios, incluindo a saúde e a educação, enquanto os assuntos externos e a defesa são da responsabilidade de Londres.
As finanças do SNP estão a ser investigadas, com o seu antigo diretor executivo e marido da antiga chefe de Governo Nicola Sturgeon, Peter Murrell, acusado de desvio de fundos.
John Swinney foi vice-primeiro-ministro de Nicola Sturgeon entre 2014 a 2023 e abandonou o cargo quando Sturgeon se demitiu inesperadamente.
Anteriormente, tinha liderado o SNP entre 2000 e 2004, quando o partido estava na oposição.
Prevê-se também como grande desafios do novo líder o limitar da ascensão do Partido Trabalhista na Escócia, neste período que antecede as eleições legislativas deste ano.
John Swinney prometeu concentrar-se na “economia, no emprego, no custo de vida”, bem como no sistema de saúde, na educação e na crise climática, mas reiterou a ambição de ver a Escócia tornar-se independente e comprometeu-se a “convencer as pessoas” com “respeito e cortesia”.
A batalha pela independência está atualmente num impasse depois de o Supremo Tribunal do Reino Unido ter decidido, no final de 2022, que só o governo britânico poderia autorizar um novo referendo.
Na votação de 2014 o “não” à independência venceu com 55%.