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Artigo de Opinião

2/01/2024 08:00

2023 ficou lá atrás, estamos no início de 2024. 2023 foi aquele ano estranho, caíram governos, iniciaram-se guerras, continuaram guerras, e moramos quase debaixo das pontes. Mas, faremos nesta crónica, a ponte para 2024, talvez um pouco melhor, talvez um pouco pior, talvez igual, mas ao som de álbuns que marcaram 2023. São cinco de cada, portugueses e além-fronteiras, se são conhecidos do grande público? É provável que não, se são melhores que a RFM, claro que sim, caso contrário este exercício era inútil.

Eu.Clides - Declive; o álbum de estreia começa com “Foco”, as produção é das mais cuidadas nos últimos tempos. Eu.Clides, com formação em guitarra clássica, mostra ao longo dos onze temas essa mestria a complementar com as letras cuidadas e os ritmos de uma lusofonia que vai até mais além.

Glockenwise - Gótico Português; o nome engana, isto não é uma mistura de Siouxsie and the Banshees com Ornatos Violeta, é capaz de ser mais virado para o post-punk de Joy Division. Gótico Português é a “Besta” do rock português, com aquela sonoridade dos anos 80, de 2023.

Slow J - Afro Fado; o último álbum de João Batista Coelho, ou melhor, Slow J, é o seu magnum opus. Em Afro Fado, a guitarra portuguesa assume o palco principal, bem como os ritmos da diáspora portuguesa, as letras, como tem sido, falam dos problemas que assolam o país. Um álbum que junta o melhor de toda a portugalidade.

Rita Vian - Sensoreal; Rita Vian nos últimos anos tem sido a artista feminina, juntamente com Garota Não, quem mais tem crescido no panorama musical nacional. Sensoreal, é o seu álbum de estreia, que mostra todo o esplendor de Rita Vian, com sonoridade eletrónica presente acompanhada por entre letras criadas cuidadosamente, mostra a artista em plena forma.

Expresso Transatlântico - Ressaca Bailada; dois irmãos juntos, com guitarras, portuguesas, elétricas, clássicas, ritmos misturados de eletrónica e de baile, um disco de estreia, um arraial. Expresso Transatlântico são os sucessores espirituais de Dead Combo, e isso vê-se, ou melhor, ouve-se durante as noves canções que compõem o álbum de estreia, em que uma delas conta com a colaboração do polarizante, Conan Osíris, numa “Barquinha” de emoções.

Boygenius - the record; ao segundo álbum o super-trio, formado por Phoebe Bridges, Julien Baker e Lucy Dacus, dá o salto para a página principal do indie rock. A mistura dos estilos das três resulta naquele que é um disco marcante, nem que seja para repetir ao expoente “always an angel and never a god”.

Anohni & the Johnsons - My Back Was a Bridge for You you Cross; veterano nestas andanças, Anohni & the Johnsons, regressam com um dos seus mais completos. “It must Change”, é uma balada ao estilo de Marvin Gaye, o resto é uma delícia que vai tocando no ponto experimental, sem nunca soar a tal.

Sufjan Stevens - Javelin; Sufjan regressa com a sua típica sonoridade, é daquelas que é facilmente identificada, as letras devastadoras, ou não fosse este um disco sobre o luto, dedicado ao seu companheiro que faleceu. É ao mesmo tempo, estranhamente, um álbum acolhedor, como só Sufjan sabe fazer.

Noname - Sundial; dos nomes mais curiosos do hip hop moderno, Noname chega-nos com o mesmo flow de sempre, num conscious hip hop que traz temas sobre os direitos das mulheres, numa América cada vez mais dividida.

Hania Rani - Ghosts; a compositora polaca continua a maravilhar com o seu estilo neo-clássico, misturado com a chamada House music. Segue os passos do irlandês Ólafur Arnalds e do alemão Nils Frahm, nesta nova fornada de compositores modernos. “Dancing with Ghots”, é a colaboração com Patrick Watson que nos traz um pouco de romantismo.

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