Porventura, alguns acharão que nas eleições o mais importante são os eleitos. Quando na verdade o mais importante são os eleitores. São eles que permanentemente escrutinam. São eles que avaliam e que, na discrição diária, vão escolhendo o futuro para a sua terra, para o bem comum e interesse coletivo. Daí que aos eleitos cabe, acima de tudo, o papel consciente de executarem com lealdade, competência e muita humildade aquela que foi a decisão dos eleitores. Executarem com os meios que têm ao seu dispor e com a preocupação por o fazerem com verdade e justiça social. Verdade, para que não lhes atirem à cara que mentem. Justiça social, para que possam amparar os mais desfavorecidos, promovendo o interclassismo e a ascensão de classes, por via das capacidades e competências de cada um. E esta é a Madeira que construímos, desde a conquista da Autonomia. Uma autonomia que não se herdou e que requer um sentido de alerta e dialética permanente por parte de todos, pois em qualquer momento ela pode regredir ou ser-nos tirada.
Sim, lá para setembro ou outubro de 2023 teremos eleições outra vez. Felizmente que sim! Pois a democracia renova-se e alimenta-se também nos atos eleitorais. É o momento em que todos podem formalizar a continuidade de um rumo ou alterá-lo significativamente. Pela nossa parte, encaramos esse momento com elevado sentido de responsabilidade. Responsabilidade pois estamos conscientes que, apesar das dificuldades que assolam a Europa e o mundo, demos e continuamos a dar respostas sociais concretas e alavancamos a economia. Alavancamo-la com base no investimento público que gerou confiança nos investidores privados, fruto de um equilíbrio orçamental que permitiu passar a pandemia com segurança, apresentar a Madeira como destino seguro e fazer frente a uma crise, fruto do conflito bélico, com novas medidas sociais. São exemplo disso os programas PROAGES ou Reequilibrar, que dão algum conforto às famílias trabalhadoras nas suas despesas mensais e nos encargos acrescidos com os juros à habitação.
Assim, prosseguiremos, trabalhando com afinco e humildade para que a Madeira mantenha a estabilidade política rumo ao progresso, na paz e elevação social, garantindo a igualdade de oportunidades na educação e na saúde, no acesso ao mercado de trabalho, no amparo social e na confiança dos que aqui investem e criam postos de trabalho.
P.S. Em relação ao contingente para o ensino superior, a questão não é quem se ri por último, mas quem se riu primeiro. E primeiro riu-se o Governo socialista. Riu-se dos estudantes insulares. O contingente faz parte das conquistas autonómicas. A Ministra recuou pois a reação foi muito forte. Mas deixou a dica "não é a melhor solução na altura que estamos a viver neste momento". Importa estar alerta. Quem anuncia que quer cortar, o que pretende é de facto acabar… quando chegar o momento. Ela foi a primeira a rir. Escondeu o riso. Mas anseia voltar a rir.