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Artigo de Opinião

12/07/2024 08:00

A 25 de Abril 1974 eram decorridos cinco séculos e meio de colonialismo dos poderes políticos e económicos de Lisboa sobre o Povo Madeirense.

O valor de dois terços do produzido pelo suor dos Trabalhadores Madeirenses ia para os cofres continentais. O Estado central pouco investia.

A História regista mais de uma dúzia de revoltas do Povo Madeirense, culminando na Revolta da Madeira em 1931 e na Revolução do Leite de 1936, ambas contra Salazar, cujos intervenientes principais pagaram com a Sua Liberdade e a População foi punida com mais impostos.

O Estado central continuou a aumentar o número de Serviços públicos que os Madeirenses tinham de passar a pagar.

As guerras sem solução nalgumas outras Colónias, a persistência da miséria económica, social e cultural, o nível de vida europeu cada vez mais afastado e a anulação dos intentos democráticos da “Ala Liberal”, entretanto surgida na Assembleia dita “nacional”, super forçavam o anseio de Liberdade dos Portugueses.

O 25 de Abril de 1974 é um golpe de Estado militar que, com o seu Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), decorre sob quase total CONSENSO NACIONAL. Até todos se tornaram “democratas”, pois “fascistas” apenas um houve durante quatro décadas, numa população média de dez milhões de habitantes...

Porém, com a deriva “revolucionária” comunista a partir de 1 de Maio de 1974, os sinos tocaram a rebate.

Entrou-se num caos criminoso de desrespeito pelos Direitos, Liberdades e Garantias individuais, e de ocupação de casas e de empresas. De novo fizeram-se prisões arbitrárias, ao ponto de, após Março de 1975, eram mais os presos sem culpa formada, do que no tempo da “pide”. Vasco Gonçalves pretendia instalar em Portugal uma nova ditadura, agora de modelo soviético.

Na Madeira, o diário do Grupo Blandy’s, oficioso do regime de Salazar, fazia uma viragem de 180 graus e passava a porta-voz oficioso da campanha comunista, a par dos meios de comunicação social propriedade de Lisboa no arquipélago. O PS então seguia uma linha anti-autonomista na Madeira, ocupava a própria sede como faziam os “comunas”, estava demarcado de Mário Soares ao ponto de no golpe de 11 de Março de 1975, quando o seu Secretário-Geral enfrentava os comunistas, no Funchal manifestava-se junto com PCP e UDP.

Entretanto, para enfrentar tudo isto, em Junho 1974 nascia a Frente Centrista da Madeira que, em 13 Agosto seguinte, por fórmula contratual que permitiu diferenças quando oportunas, juntou-se ao então PPD nacional. O PSD/Madeira ainda foi alvo de infiltrações falhadas por parte de impreparados que queriam o poder interno e que actuavam na linha da CIA, do Embaixador norte-americano Carlucci, este pretendendo para Portugal apenas um só grande partido, o socialista, entre o PCP e o CDS.

Ver o meu livro “Relatório de Combate”.

Também na Madeira e apesar das eleições para a Assembleia Constituinte (5 Deputados para o PSD; 1 para o PS), tal como no restante País, a situação económica-social agravou-se sempre entre 1974 e 1980.

Após o 25 de Abril, na Madeira, duas personalidades foram decisivas: o Bispo D. Francisco Santana e o General Carlos Azeredo.

D. Francisco Santana foi o Líder da Resistência Democrática e Autonomista contra a ameaça totalitária comunista e a doutrinação marxista.

A partir de Outubro 1974, D. Francisco nomeia-me director do “Jornal da Madeira” onde, sob Sua Égide, quotidianamente lutava-se pela Liberdade. Cargo donde sai no dia em que, pela primeira vez, tomei posse como Presidente do Governo Regional (Março 1978).

Um grupo de hoje ex-padres, na linha marxista do movimento internacional “cristãos para o socialismo”, constituíram o “núcleo duro” que orientava todos os partidos desde o PS às várias organizações comunistas.

D. Francisco Santana chegou a ser agredido (Machico) e o edifício do Seminário da Encarnação ocupado (ver “Relatório de Combate”).

Porém, D. Francisco dominava a situação. As Cerimónias do Corpo de Deus eram uma importante manifestação de força e da vitória democrática do Povo Madeirense; a Doutrina Social da Igreja era divulgada em termos de derrotar as pretensões totalitárias marxistas; os “Jovens Cristãos da Madeira”, movimento fundado por D. Francisco, travavam e derrotavam as tentativas de insurreição nas Escolas; D. Francisco opunha-se à pretensão de um “partido cristão” e apelava a “cristãos nos Partidos”.

Apesar das tentativas de ataques e de invasões, o “Jornal da Madeira” resiste com forte apoio popular. Por exemplo, à noite, dos estabelecimentos da Zona Velha, vinham-nos trazer comer e beber que algumas vezes Pescadores chegaram a partilhar connosco, com grandes facalhões de peixe, à espera que a “comunagem” se atrevesse a concretizar ameaças. (CONTINUA)

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