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Artigo de Opinião

Professor

29/01/2024 08:00

No ano em que se assinala meio século de liberdade e democracia em Portugal, momento cimeiro da memória coletiva e identidade nacional entreaberto pela Revolução de 25 de Abril de 1974, a efeméride contribui para que 2024 seja inevitavelmente marcado pelas comemorações nacionais dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

As celebrações oficiais deste marco fundamental da história contemporânea portuguesa, impulsionaram a criação da Comissão Nacional das Comemorações 50.º aniversário do 25 de Abril, chefiada pelo Presidente da República, e que inclui titulares dos órgãos de soberania Governo, Assembleia da República e tribunais superiores.

Nesse entrecho, as Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que tiveram início em 2022 e se prolongarão até 2026, desenvolvem-se em torno de dois eixos estruturantes – Memória e Futuro – e constituem uma experiência comemorativa de âmbito nacional assente nos valores subjacentes ao Programa do MFA, que pôs fim à ditadura: paz, liberdade, democracia e progresso.

Na linha de pensamento e ação da historiadora Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva da Estrutura de Missão do 50.º aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974, a expectativa é que o ano de 2024, “seja um ano de festa, de celebração de 50 anos de democracia, e o ponto de partida para uma reflexão sobre os próximos 50 anos. Acredito que isso acontecerá, quer através das iniciativas pensadas e desenvolvidas pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, quer através das levadas a cabo por todas as outras entidades que, de norte a sul do país, estão entusiasticamente envolvidas na preparação das celebrações”.

Nesse sentido, e dado que as comemorações do 25 de Abril são transversais e abertas a todos os contributos da sociedade civil e constará de atividades culturais variadas, as mesmas não podem deixar de incluir a geografia da diáspora portuguesa.

As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril no seio das comunidades lusas são um momento propício para estreitar as relações entre Portugal e a sua diáspora, portugueses e lusodescendentes, e assim refletir e afirmar os valores universais da cultura e da democracia.

Nesse sentido, e tendo em linha de conta o profícuo movimento associativo das comunidades portuguesas, é espectável e relevante a dinamização ao longo dos próximos tempos de diversas atividades culturais na diáspora alusivas aos valores da Revolução de Abril.

Estas iniciativas culturais, por exemplo, mostras/ciclos de cinema e audiovisual, documentários, exposições fotográficas, organização de seminários, conferências ou apresentação de livros, envolverão assim os portugueses que vivem no estrangeiro nas celebrações do passado, mas também na necessária reflexão do presente e projeção do nosso futuro.

Em plena celebração de meio século de liberdade e democracia em Portugal, as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril nas comunidades lusas, é acima de tudo, uma luta contra o esquecimento e o silêncio. Um compromisso inquebrantável com os valores da liberdade e da democracia, que não olvida que a democracia não é um dado adquirido. Cabe-nos afinal, lutar por mantê-la, persistindo na utopia da construção de uma sociedade mais justa, livre e fraterna.

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