Não deve haver comum mortal que não anseie por uma mudança positiva na sua vida neste ano de 2022; contudo estou em crer, que o desejo mais comum por estes dias é o fim da pandemia e o anseio coletivo em mandar o COVID à vida! Que assim seja!
Mas 2022 será certamente um ano rico em oportunidades para mudar, e essa oportunidade começa a 30 de janeiro; com as eleições legislativas nacionais à porta, reconhecendo algum desânimo por parte de uma franja da população, eis que temos nas nossas mãos o poder de contribuir para a mudança.
Como social democrata e seguidora das posições convictas de Francisco Sá Carneiro, não posso deixar de fazer uma análise política e um apelo cívico neste espaço de opinião. E contrariamente ao que alguns críticos e analistas têm opinado ultimamente, invocar Sá Carneiro não é desespero nem histerismo político do PSD; nunca como agora, a intervenção ativa fez tanto sentido, porque "no momento difícil que o país e mundo atravessam não nos podemos dar ao luxo de ser desportistas de bancada, políticos de café" ou ainda, ativistas de facebook!
A democracia é feita de pluralidade, de diversidade, mas onde o bom senso e o respeito mútuo têm de imperar! Fazer política em modo de bilhardice, de bota abaixo, numa esterilidade intelectual e ideológica é uma ofensa a todos quantos lutaram para vivermos num país livre, e Portugal não merece.
Assistindo aos debates televisivos para as eleições legislativas já decorridos, fico com uma sensação de vazio ideológico e de pouca ou nenhuma ambição para os desafios que o país terá de enfrentar. Do lado socialista, António Costa defendeu que só uma maioria do PS evita a vitória da direita a 30 de janeiro e que soluções como a Gerigonça serão "precárias" até porque deixou claro, este domingo, na RTP1, que o PS não quer estar a fazer contas de somar na noite de 30 de janeiro, tal como aconteceu em 2015 e 2019. Do lado do livre, Rui Tavares, acusou o líder do PS de ter sido o primeiro a espetar uma estaca na solução governativa de esquerda… ou seja, novidade zero. Já no outro debate dos extremos entre Chega e Bloco de Esquerda, a troca de galhardetes foi uma constante! Parecia um jogo do galo, ora acerta um, outra acerta outro, ora ofende um, ora responde outro… e soluções para o país, nem vê-las!
Perante estes debates, veio à minha memória uma frase proferida em outra campanha, num outro momento político, em outros tempos, mas que nunca como agora esteve tão atual "Vivemos uma oportunidade única de construir um país novo, humano e justo, e não apenas um país para alguns". E sim, a frase é de Francisco Sá Carneiro, e a sua aplicação nunca foi tão atual.
Depois de um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro, depois da Troika, depois da bancarrota a que anos de governação socialista nos conduziu, eis que mais uma vez é chegado o momento que corrigir um leque de injustiças, de más opções políticas e económicas que têm colocado Portugal na cauda da Europa e a Madeira no fundo da gaveta das prioridades do país.
O tempo de assumir uma posição de defesa da nossa identidade enquanto Região Autónoma, do nosso direito coletivo enquanto povo é agora! Afinal quem é que queremos a governar o nosso país e defender de forma acérrima os direitos da nossa região? Defender a Madeira na Assembleia da República, querer um país mais competitivo, mais evoluído não é uma utopia, e é um direito do presente com repercussões no futuro.
Porque a Madeira deve estar sempre primeiro, e porque Portugal merece mais e melhor! A 30 de janeiro, que cada um exerça o seu direito de voto e que a abstenção não seja o nosso maior inimigo! Fica o apelo, e votos de um Bom Ano de 2022!