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Artigo de Opinião

Deputada do PSD/M na ALRAM

9/11/2022 08:00

Goste-se do estilo ou não, o Presidente da República tem exercido as suas funções, com mais ou menos momentos de criatividade. Este estilo presidencial teve mais um momento alto, com o valente puxão de orelhas que Marcelo deu ao vivo e a cores à ministra Ana Abrunhosa, no passado sábado, na Trofa, no dia em que foram inaugurados os Paços do Concelho, de um município criado há 24 anos.

O estalo de verniz deu-se quando o Presidente afirmou que estará "muito atento" ao trabalho do Ministério da Coesão Territorial, liderado pela socialista Ana Abrunhosa e que não a perdoará caso descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que acha que deve ser; e acrescentou que "super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que eu acho que deve ser; nesse caso não lhe perdoo; espero que esse dia não chegue, mas estarei atento para o caso de chegar". Arrisco-me a dizer que não é só o Senhor Presidente que deve estar atento, é o país que deve estar atento, somos todos nós! E devemos fazê-lo, a bem do futuro coletivo deste país.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é um programa europeu de aplicação nacional, com um período de execução até 2026, que vai implementar um conjunto de reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado, após a pandemia, reforçando o objetivo de convergência com a Europa ao longo da próxima década. PRR, um plano de investimentos para todos os portugueses, assente em três dimensões estruturantes: Resiliência; Transição Climática; Transição Digital.

Num país com cerca de 2 milhões de pobres, com uma carga fiscal como nunca se viu sobre as costas dos cidadãos (muito maior que no tempo da troika) lá tem que ser a União Europeia a tentar salvar esta humilde nação à beira mar plantada com o PRR. Os erros crassos que se têm cometido, ano após ano, década após década, têm hipotecado sucessivamente o presente e o futuro dos portugueses. Só para relembrar o caro leitor, nos últimos 25 anos, temos sido maioritariamente liderados por governos socialistas e de esquerda, que infelizmente não têm tomado opções estratégicas que promovam a equidade social, nem o incentivo ao investimento privado, insistindo no fomento de políticas assistencialistas que só empobrecem o país e os cidadãos porque são medidas de curto prazo, que satisfazem ilusoriamente o imediato e não preparam o país e os seus cidadãos para o futuro.

Por tudo isto, e devido a pontos de vista ideológicos, continuam a perpetuar as más opções e as falhas estratégicas que continuam a fazer com que Portugal continue na cauda da Europa em tantos e aspetos, onde a Saúde e a Educação saltam à vista e não é pelos melhores motivos; em ambos os sectores, os profissionais estão cansados e desgastados, com uma idade média de profissionais a subir a um ritmo galopante, com evidentes consequências para a população em geral.

Por último, tenho de concordar com o Presidente Marcelo, quando afirma que ao aceitarmos funções políticas sabemos que é para o bem e para o mal. E é verdade! Não somos obrigados a aceitar funções deste tipo, porque sim, são difíceis, são árduas, estão sujeitas a um controlo e a um escrutínio crescente por parte da população, nem sempre são compreendidas, mas a democracia é isso! E cabe a todos nós, eleitos e eleitores, cumprir cabalmente com as suas funções, na defesa do interesse das populações e dos territórios onde vivemos, sob pena de um dia levarmos com a criatividade presidencial ou algo semelhante ao vivo e a cores!

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