As próximas eleições não é uma luta entre direita e esquerda. Ou pelo menos não deveria de ser. As pessoas querem ver é os seus problemas resolvidos, algo que se arrasta há imenso tempo e que só tem vindo a se agravar.
Ninguém deveria estar indiferente às alterações climáticas, à falta de oportunidades de emprego qualificado, ao atraso no ensino, às desigualdades ainda existentes. Os problemas das pessoas não podem ser vistos como problemas de A ou B, é de todos, e cada um/a de nós tem responsabilidade sobre os mesmos. Nestas e em todas as eleições falamos acima de tudo de futuro, das gerações que estão por vir e da necessidade de efetivar soluções para que não continuemos a perpetuar as mesmas questões. Falamos pouco da sustentabilidade da economia e do futuro da Região, que se quer digno para os jovens, para os idosos, para todas as classes e também para os animais. Exige-se cada vez mais seriedade por parte dos partidos políticos e das pessoas que vestem a camisola para defender a causa pública.
Precisamos de soluções e de pessoas práticas que estejam verdadeiramente interessadas em dar voz à população, em trabalhar em conjunto e de forma articulada. Falamos de cada vez mais pessoas que perdem um direito básico como o da habitação, em que não têm rendimentos para fazer face às despesas mensais, em que não têm perspetivas de futuro quanto à aquisição de casa própria. Falamos tanto da autonomia da Região, que nos esquecemos da autonomia das pessoas. O social está abandonado, o trabalho de terreno em parceria deixado aquém, onde as capelinhas não se juntam e olham com visão para as necessidades da população. Muito deste trabalho passa pela educação, pela mudança de mentalidades, por olharmos primeiro aos nossos, por valorizamos todas as profissões e toda a classe trabalhadora, por darmos mais e melhores condições. Só dessa forma é que aumentaremos a produtividade e qualidade dos serviços e consequentemente criaremos uma Região prospera onde a justiça social seja uma realidade.
Não é com populismos, com desinformação, com olharmos uns para os outros como concorrência e pensarmos na política como se fosse um campeonato de futebol. Não há vencedores nem vencidos, há pessoas que esperam ver a utilidade do seu voto e todos os votos são úteis. O voto nos pequenos, dá-lhes força para continuar, motivação para não desistir. Porque são os pequenos que mais andam no terreno, mesmo fora dos períodos de campanha eleitoral, que sem dar canetas nem t-shirts trabalham na apresentação de propostas.
O PAN que marcou pela diferença na mudança do rumo político da Região, é mais reconhecido lá fora do que cá dentro. E ainda há quem perca do seu tempo em destruir cartazes de outros partidos, em fazer campanha denegrindo os outros em vez de apresentar as suas próprias ideias, na luta desenfreada pela caça aos votos. Mais do que os votos, é preciso garantir que quem terá assento na República fará um trabalho digno e sério onde a sua causa seja mesmo a Região. Precisamos de um governo, mais do que de direita ou de esquerda, que não seja refém de ideologias, que pense no progresso, que tenha uma visão abrangente e que não deixe de fora os direitos humanos essenciais. Que não se dê espaço a partidos que querem regredir, retirar direitos e que não têm a capacidade de representar todas as pessoas, independentemente do seu sexo, género, orientação sexual, etnia, religião e cor política. Há mais opções além do PS e da AD e o voto útil é o voto responsável e consciente.