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Artigo de Opinião

2/10/2023 07:45

Não sem que se profetizasse que este acordo não durava 6 meses. Mas durou. E é bom recordar que este mandato não foi um passeio no parque. Foi necessário enfrentar a COVID-19, que consumiu enormes recursos, afetando pessoas e empresas e interrompendo um ciclo económico positivo que a Madeira vinha vivendo. A intervenção teve de ser eficaz no apoio e recuperação de uma economia afetada por interrupções locais e internacionais, particularmente no setor do turismo. E, é bom recordar, sem qualquer apoio da República. Depois veio a crise económica, bem expressa na subida generalizada dos preços e das taxas de juro, mas também - e mais uma vez é bom recordar - pelo país estar a ser gerido pela maior, mais cara e mais pesada máquina socialista, responsável pelo maior aumento do número de dependentes do Estado e pela maior carga fiscal da história do país.

Pelo que foi com naturalidade que PSD e CDS decidiram concorrer às eleições regionais juntos. Mais uma novidade histórica para a Madeira, sinal dos tempos. Mas não sem que velhos do Restelo, agarrados ainda aos sonhos de um império ido, tendo lançado odes para escorraçar o CDS desta equação. A verdade é que os dois partidos se apresentaram em conjunto e os resultados foram extremamente positivos.

A coligação venceu em todos os concelhos da Região. Venceu 52 das 54 freguesias. Obteve 58.399 votos e 43,13% da preferência do eleitorado. Elegeu 23 deputados, ficando a apenas um deputado para assegurar uma maioria no parlamento, sem depender de mais alguém. E é aqui a que se agarram todos aqueles que pretendem escorraçar PSD e CDS da liderança dos destinos da Região.

É verdade que o povo madeirense sempre deu carta branca aos seus governantes. Foram 43 anos de maiorias absolutas, sem que quem governasse tivesse de dar cavaco a quem se oponha. Fosse qual a razão. Porém, os tempos são outros. As mentalidades mudam. As vontades também. E, desde 2019, que é vontade do povo madeirense em ter soluções negociadas para os destinos da nossa terra. Foi assim há 4 anos. Voltou a ser assim em 2023. E muito provavelmente assim o será daqui em diante.

Porém, é preciso interpretar a vontade do eleitor. E os números não mentem. A votação expressiva na coligação é sinal de que os eleitores pretendem repetir a fórmula de 2019. Sendo que não é despiciendo salientar que a coligação resiste - não sem danos, mas resiste - à subida da popularidade dos movimentos extremistas, onde o Chega na Madeira obtém mais de 12 mil votos! Por outro lado, a votação no Partido Socialista é também um mais que evidente sinal. O PS perde 22.363 votos em relação a 2019 e 8 deputados, o que até permite ressuscitar o BE e o PCP para o Parlamento [uma nota à parte: não deixa de ser estranho que o PS continue a se assumir como "a" alternativa quando recebe menos de metade dos votos da coligação e perde relevância face a JPP e Chega]. Por fim, não menos relevante, há uma quebra de número de inscritos face às últimas eleições, o que representou menos 7.777 votantes, o que seria suficiente para disputar, no mínimo, um deputado.

Ora, por tudo isto, a solução encontrada para o próximo mandato é uma solução útil para garantir a estabilidade do parlamento e a continuidade das políticas levadas a cabo desde 2019 e que têm tido reflexos muito positivos na economia regional e na sua população. Agora há que trabalhar para que os madeirenses continuem a confiar neste modelo de governo e nas pessoas que o compõem.

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Que importância atribui à eleição pela 10.ª vez consecutiva da Madeira como melhor destino insular do Mundo, nos “óscares do turismo”?

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