De acordo com o governante, o objetivo é transformar o extenso mar que os circunda num coeso compromisso entre a sustentabilidade e a economia azul; um forte compromisso entre a criação de riqueza, emprego e rendimento e a produção de benefícios ambientais e climáticos. Esta visão, no horizonte 2030 é a de transformar Cabo Verde numa plataforma marítima e logística internacional e num país globalmente inserido na economia regional e mundial.
Esta ambição vislumbra um acelerador de crescimento económico e catalisador de uma crescente resiliência económica. Assim, foi criada em S. Vicente a Zona Económica Especial Marítima: a passagem de uma abordagem meramente setorial e compartimentada, para uma abordagem holística que permite a exploração de sinergias e complementaridades entre os diferentes sectores e entre os diferentes níveis de governança (globais, internacionais, regionais, nacionais e locais) e permitir a alocação eficiente de recursos, incentivos e investimentos. A Economia Azul tem emergido como uma abordagem inovadora para o desenvolvimento sustentável das atividades relacionadas aos oceanos e mares. Em países insulares, como Cabo Verde, essa abordagem adquire uma importância ainda maior, dada a sua dependência dos recursos marinhos e a necessidade de preservar esses ecossistemas frágeis para as gerações futuras. Contudo, Cabo Verde não está isento de desafios... uma implementação bem-sucedida requer igualmente uma adoção de práticas sustentáveis, uma eficaz gestão dos recursos marinhos, políticas de conservação marinhas, criação de áreas marinhas protegidas, bem como uma promoção de práticas de pesca responsáveis. Não podemos igualmente esquecer o desenvolvimento de um turismo costeiro consciente e responsável, contribuindo para a preservação ambiental e o bem-estar social das comunidades costeiras.
A inovação detém igualmente um papel fundamental; a pesquisa em biotecnologia marinha poderá desencadear a produção de inovadores produtos para a indústria farmacêutica, alimentar e cosmética... temos ainda a diversificação da matriz energética do país, reduzindo assim a dependência de combustíveis fósseis através da exploração da energia renovável marinha, a energia das ondas e ainda a energia eólica offshore.
Estas questões não são obviamente exclusivas de Cabo Verde...e uma vez mais, apraz-me fazer menção às preciosas parcerias com organizações internacionais, proporcionando aprofundamento dos conhecimentos técnicos e ao financiamento necessário à implementação de iniciativas e projetos sustentáveis.
Uma vez mais, a educação desempenha um papel vital na promoção da sustentabilidade, seja em Cabo Verde, seja em qualquer outra parte do globo. Programas de educação ambiental, a exemplo, tendem a capacitar as comunidades locais a compreender a importância dos recursos marinhos e a adotar práticas sustentáveis nas suas atividades diárias.
Cabo Verde revê na Região Autónoma da Madeira em excelente exemplo de boas práticas; a região identifica igualmente em Cabo Verde potencial nos mais diversos setores e prova disso são as interessantes parcerias que se têm estabelecido ao longo dos tempos, as que se estão a estabelecer, de como poderá ser exemplo a conceituada Escola Superior de Enfermagem São José de Cluny e as que estão em fase embrionária, que poderão continuar a contar com a minha total colaboração.