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Artigo de Opinião

Presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz

9/10/2024 08:00

A reabertura do Serviço de Urgências 24 horas, no Porto Moniz, ocorreu em vésperas de eleições regionais, sem que tal tivesse sido, obviamente, coincidência. Não nos esquecemos, inclusivamente, que a reabertura deste serviço, aos fins de semana e feriados, em período diurno, ocorreu em 2021, em vésperas das eleições autárquicas. Tem sido este, aliás, o modus operandi a que o Governo Regional nos tem habituado.

Curiosamente, para se tentar justificar o injustificável, os rostos do PSD no concelho enganaram a população referindo, por diversas vezes, que o Serviço de Urgências encerrou devido à necessidade de racionalização de recursos em consequência da situação pandémica, quando todos bem se lembram que este serviço encerrou muito antes da pandemia, por decisão do Governo PSD e da Câmara Municipal PSD, num claro desrespeito pela população e pelos inúmeros visitantes do concelho.

Do mesmo modo, todos se lembram que para este serviço ter reaberto mais cedo ou para ser alocada a Norte uma viatura da EMIR ficou a faltar apenas, na Assembleia Legislativa Regional, o voto favorável do deputado Valter Correia.

Voltaram a enganar a população, em maio deste ano, justificando que a reabertura do Serviço de Urgências 24 horas apenas era possível graças à admissão de novos médicos e enfermeiros, quando se sabe que o que fizeram foi uma ginástica, de tapar a cabeça e destapar os pés, na conquista feroz do voto.

Na verdade, o Serviço de Urgências 24 horas, no Porto Moniz reabriu de forma muito desorganizada, o que se justifica dada a necessária rapidez de jogar com o timing das eleições, o que é completamente injustificável atendendo ao tempo que decorreu entre o seu encerramento e a sua reabertura faseada, por exigência da população a quem, no concelho, apenas os autarcas do partido Socialista foram dando voz. Houve tempo suficiente para pensar, faltou sempre o mesmo: vontade e respeito pela população.

Faltou agora planeamento, o mesmo que faltou, no passado, quando se pensou que rentabilizar recursos na área da Saúde passaria pela medida mais fácil, mas, simultaneamente, mais inconsequente: encerrar serviços a Norte.

Se o encerramento foi errado, a reabertura foi atabalhoada e baseada em claras intenções eleitoralistas e, à conta disso, a população enfrenta diversas dificuldades no acesso a serviços básicos, incluindo as consultas com o médico de família.

A que serviços foram afinal alocados os recursos humanos que se afirmou terem sido admitidos para permitir a reabertura do Serviço de Urgências do Porto Moniz 24 horas? Diz quem sabe que se desdobram por diversos concelhos e que, por essa razão, um utente do Porto Moniz, se precisar hoje de uma consulta com o seu médico de família, apenas conseguirá o seu agendamento para o mês de janeiro de 2025.

Assiste-se, por exemplo, igualmente, com o argumento de necessidade de racionalização de recursos, a uma redução drástica e abrupta das credenciais para os utentes que usufruíam do transporte não urgente de doentes, tendo-se em alguns casos o desplante de sugerir o recurso ao serviço de transporte do Gabinete de Apoio ao Idoso, um serviço criado pela autarquia para atender a necessidades pontuais (consultas, exames e outros) e não ao apoio a doentes crónicos que necessitam de transporte com a periodicidade necessária para os mais diversos tratamentos. Ainda assim, havendo disponibilidade, não viramos nem viraremos costas a ninguém. Foi aliás, por essa razão, que apostamos na aquisição de uma viatura adaptada, mas nada justifica que se queira atribuir uma responsabilidade acrescida à Câmara Municipal para se calhar, daqui a uns dias, como já sucedeu noutras situações, se esquecer quem é o verdadeiro responsável.

A juntar a todo este cenário continuamos a assistir, descaradamente, à marcação de exames e consultas por “cunha”, como se o acesso à Saúde fosse um favor pessoal que, estou certo, alguns virão cobrar ou relembrar, se não for antes, em 2025, em pleno período de campanha para as eleições autárquicas.

Em suma, é vergonhoso o que neste momento se passa no Porto Moniz: continuam, deliberadamente, a brincar connosco e com a nossa Saúde!

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