É certo que, muitas vezes, aquilo que deveria ser evolução mais não é que deitar a perder possibilidades — veja-se, por exemplo, o que acontece com a "questão ecológica": as possibilidades técnicas e científicas, quando mal-usadas, voltam-se contra o próprio ser humano. E é assim também com o desenvolvimento interior, espiritual: veja-se, por exemplo, esta guerra e os requintes de malvadez que julgávamos ser impossíveis no século XXI.
Contudo, isso não nos pode fazer desanimar. A criação evoluiu, não sem dor e sofrimento, mas através da dor e do sofrimento. Deus tudo criou dinamicamente: primeiro foram os seres sem vida; depois as plantas e os animais; por fim o ser humano (não estamos aqui a discutir se toda a evolução demorou ou não milhões de anos, ou como foi acontecendo).
A questão que se coloca é antes esta: e agora? estamos ou não a chegar ao fim?
Para os cristãos (já de há dois mil anos atrás) a resposta era clara: depois dos encontros que os discípulos tiveram com Jesus ressuscitado, era óbvio que este novo modo de existir de Jesus, e que Ele propunha a todos (o homem a participar da vida de Deus), era o ponto mais alto a que alguma vez o ser humano poderia aspirar. Por isso mesmo falavam do "fim dos tempos" (não por medo, mas como esperança), das realidades definitivas.
Creio que hoje a questão continua a ser precisamente essa: queremos ficar prisioneiros do mal que realizamos (exterior ou interior que seja) ou estamos dispostos a abraçar a vida do Homem Novo que Jesus nos propõe?
Esse é o convite da Páscoa. E, diante dele, creio que ninguém pode ficar indiferente.