Tem tido no futebol uma inesperada fonte de casos que o colocam sempre nas notícias.
Uma vez é porque fez uma paragem do falcon do Estado para abraçar Mourinho.
Outra vez é que, maçada das maçadas, o Presidente da República marcou um Conselho de Estado para discutir a situação económica, social e política de Portugal.
Um aborrecimento. Essa coisa de ter o Conselho de Estado a pretender falar de coisinhas sem importância alguma, quando ele tem um jogo de futebol para ir ver, à Nova Zelândia. Não é coisa que se aceite.
Resultado? O Primeiro ministro chegou tarde à reunião convocada por Marcelo Rebelo de Sousa e saiu mais cedo, sem responder ao que alguns Conselheiros haviam colocado nas suas intervenções e sem sequer ouvir uma intervenção do Presidente da República.
Era importante? Cá nada. Essas pessoas interessam para quê? Importante, importante é voar para a Nova Zelândia para ver futebol!
Se outro protagonista fosse, a ter tal comportamento, o que não estaria a esquerda portuguesa a esbracejar? O que não estaria já a ser dito? Quantas vezes já não teria sido pedida a cabeça de quem tivesse este comportamento?
Mas sendo da esquerda, tudo é relevado. Tudo faz de conta que é normal e ninguém esboça indignação.
Eis como as pseudo-esquerdas em Portugal se comportam. Condescendentes, desimportadas e coniventes com este "estadista" António Costa.
Este é um reflexo de como o país está adormecido. Mais pobre mas contentinho com as suas misérias.
Afinal, o que conta é a bola, não é?
2. A droga amiga do PS
Lá terminou o processo legislativo de alteração da lei da droga.
Como já aqui escrevi, corríamos o risco de ter alterações para pior.
Lá as esquerdas conseguiram o que queriam.
Os deputados do PS/Madeira fizeram o favor de apoiar uma alteração à lei que vai ajudar os traficantes e os consumidores. Nada é ilegal - tudo é uma alegria.
Nova versão da lei da droga admite posse para mais de dez dias se provado que é autoconsumo.
A forma como está escrito o texto final, aprovado na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, com o contributo essencialmente do PS, IL, PAN e Livre e subscrito pelo PCP, permite manter a porta aberta à subjectividade criticada pelas polícias, que ficam agora com o ónus de ter de provar que a quantidade identificada na posse de alguém não se destina a consumo próprio, mas sim a tráfico.
Gostaria de saber o que têm os deputados Miguel Iglésias, Carlos Pereira e Marta Freitas do Partido Socialista da Madeira, a dizer às famílias madeirenses que têm essa tragédia nas suas casas ou que se sentem inseguras devido aos comportamentos de quem consome?
Gostaria de saber quais são os argumentos destes deputados eleitos pela Madeira, para contraditar a posição da Polícia Judiciária, do Conselho Superior do Ministério Público, do ministro da Administração Interna e do CICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adictivos e nas Dependências), que se pronunciaram contra esta iniciativa facilitista, que só vai dificultar ainda mais a ação das autoridades.
Resta-nos Marcelo. Resta-nos que o Presidente da República tenha olhos para isto!